Essa é sem dúvida uma das mais importantes obras e a mais famosa escultura da artista francesa, Camille Claudel. Alguns críticos de arte a consideram, como a primeira ponte de transição para o Art Nouveau.
Representando um casal apaixonado que está dançando em estado meditativo, é como que um prêmio de tudo o que Camille sonhou um dia acontecer em vida, mas que ficou só na ilusão.
Ao aproximar os corpos nesta forma delicada e romântica, apesar de se poder apreender dela o furor do momento em que foi feita, Camille abandona-se no tempo, perdida nos braços de uma imaginação palpitante, visão utópica do espírito.
Observamos que os braços da mulher estão estendidos encostando suas mãos na do homem, um convite para que seu parceiro se entregue também na dança como num sonho por ela tão esperado, rodopiando e seguindo o ritmo da valsa.
A primeira versão dessa obra, os bailarinos estavam nus, porém o Ministério de Belas Artes ficou escandalizado com isso, exigiu que a artista os vestisse. A escultora resolveu a questão envolvendo o casal num tecido amplo, acrescentando um capuz no estilo Art Nouveau. Mais tarde, não contente com o resultado, Camille despiu a mulher até à cintura, utilizando o tecido como contrapeso ao desequilíbrio do casal, que se mantém num equilíbrio instável.
“O ritmo, a harmonia e a embriaguez da valsa estão aí, mas também a paixão e a concordância dos corpos. Ambos são energia atormentada e fineza nervosa. É um homem e uma mulher vacilando na paixão que os une numa sensualidade impetuosa. A Valsa é um poema de uma louca embriaguez: os dois corpos não são mais que um, o prestigioso torvelinho enlouquece-os, a bailarina morre de voluptuosidade”
Louis Vauxcelles (influente crítico de arte francês – 1870-1943)
por Roseli Paulino – @arteeartistas
CARO LEITOR: Aproveite o espaço abaixo e nos conte o que achou desse post, o seu comentário é muito importante para nós. Agradecemos sua visita.