Henri Rousseau foi um pintor francês autodidata, cuja obra foi fonte de inspiração para muitos artistas de vanguarda. Ele é famoso por suas pinturas visionárias da selva, que cativam o observador com a exuberância de sua vida vegetal e animal, pintada com detalhes e precisão incríveis.
BIOGRAFIA
Henri Julien Félix Rousseau nasceu em 21 de maio de 1844 na cidade de Laval, no noroeste da França. Cresceu em meio a circunstâncias humildes. Seu pai, um ferreiro, teve dificuldades financeiras de longo prazo, acumulando dívidas suficientes para resultar na apreensão da casa da família em 1851. Como estudante, Henri foi um aluno interno no Colégio Laval, que frequentou até 1860. Ele foi um aluno mediano, além de receber instruções distintas em música e desenho.Em 1861, sua família mudou-se para Angers, ele estando no final da adolescência, trabalhou como escriturário para o oficial de justiça. Nesse período, conseguiu evitar o serviço militar por sorteio, porém acabou servindo, mas não precisou participar de nenhum combate mesmo estando em serviço ativo.Em 1868, Rousseau deixou o exército e mudou-se para Paris e se casou com sua primeira esposa, Clemence Boitard. De seus vários filhos, apenas uma filha, Julia, sobreviveu à idade adulta. Nesse período, ele conseguiu um emprego de verificação de mercadorias para a autoridade de pedágio, o que lhe valeu o apelido vitalício de “Le Douanier” – O Oficial da Alfândega. Os primórdios da sua carreira de artista são incertos, mas afirma que começou a pintar aos quarenta anos, altura em que obteve a licença para fazer cópias de pinturas do Louvre. Seu trabalho como funcionário da alfândega exigia apenas períodos ocasionais de diligência, e é possível que fosse capaz de praticar o desenho durante os períodos lentos do trabalho.
GALERIA – ARTE COMENTADA
Eu, Retrato-paisagem – Aqui, Rousseau captura o auge da grandeza a que aspirava como pintor, apresentando-se em escala descomunal com pincel e paleta nas mãos e vestindo terno e boina de artista tradicional, diante de uma paisagem que apresenta a Torre Eiffel e um navio de mastro alto decorado com bandeiras de diferentes países. Embora tenha concluído o retrato em 1890, Rousseau posteriormente atualizou a obra com detalhes autobiográficos adicionais: uma fita da ordem de distinção acadêmica, que acrescentou à lapela em 1901 após se tornar professor de desenho na Associação de Filotécnica, e os nomes de suas duas esposas, Clemence e Josephine, que ele mais tarde pintou na paleta.
Tigre em uma Tempestade Tropical – Nesta primeira pintura de selva, podemos observar um tigre de olhos arregalados e com dentes que emergem repentinamente da grama onde esteve à espreita, com as folhas ondulantes, galhos inclinados, chuva e céu escuro indicando a tempestade citada no título. A tela também era conhecida como “Tigres em busca de exploradores” e “Tempestade na selva”, nomes alternativos que sugerem alguma ambiguidade quanto ao assunto. Exposta no Salão dos Independentes, esta cena da selva, foi ridicularizada por muitos críticos por sua evidente qualidade amadorística.
Centenário da Independência – Rousseau representou os camponeses dançando o farândole, uma dança popular do sul da França, em torno das três árvores da liberdade e duas figuras femininas representando a Primeira e a Terceira Repúblicas. É uma pintura em comemoração ao centésimo aniversário da proclamação da primeira República Francesa de 1792.
Retrato de uma Mulher – Pintura adquirida por Pablo Picasso em 1908, o artista era amigo e um grande incentivador de sua obra.
A Cigana Adormecida – A composição nos remete à pintura surrealista, em que o pintor apresenta um enorme leão que encontra uma mulher adormecida. Clique aqui e saiba mais
O Sonho – “A mulher adormecida no sofá sonha que foi transportada para a floresta, ouvindo os sons do instrumento do feiticeiro”, escreveu Rousseau sobre essa pintura enigmática. Ele procurou explicar a inserção de um músico e uma mulher nua reclinada em uma selva iluminada pela lua cheia de folhagens exóticas e vida selvagem. O pintor autodidata foi um precedente crucial para artistas surrealistas como Salvador Dali e René Magritte, que também confiaram em combinações incongruentes e imagens oníricas para criar quadros misteriosos e inesquecíveis. Acredita-se que essa tenha sido sua última pintura e uma de suas obras primas.
por Roseli Paulino @arteeartistas
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