Modigliani passou como um cometa, ele brilhou revolucionando o mundo das artes. Dançou sobre as mesas, embriagado-se de paixão pela vida. Inspirado pelo amor e consumido pela obsessão, amou e foi amado.
Pertenceu à Escola de Paris esse pintor famoso, o italiano Amedeo Modigliani interpretado pelo também genial ator Andy Garcia.
Muito criativo, o artista viveu e absorveu a charmosa Paris do início do século 20 com uma atração incontrolável pela beleza. Sempre com a mesma intensidade, o judeu Modigliani amou a católica Jeanne Hebuterne interpretado por Elsa Zylberstein e foi amigo do genial Pablo Picasso, por Omid Djalili.
Paris, cidade luz, era o centro da arte no início do século XX. Todos iam para lá para serem reconhecidos e terem seus trabalhos vendidos. Amedeo Modigliani era muito conceituado, mas poucos quadros seus foram vendidos em vida. Por seu vício em álcool e drogas, muitas vezes desistia de tudo e ia para sua pobre casa, onde encontrava o amor de Jeanne que o sempre o fortalecia. Tiveram uma filha, que não foi aceita pela família da mulher. Muitos sofrimentos para os pais por não terem tranquilidade financeira e respeito pela sociedade hipócrita da época.
Em uma cena marcante, Modigliani é levado por Pablo Picasso, de surpresa, à mansão de Auguste Renoir. Um encontro rápido, porém bastante significativo para ambos. Poucos minutos durou o encontro de Renoir com Modigliani, mas bastou para que o artista francês após a morte do pintor incompreendido, lembrá-lo dessa forma:
“O vi dançar uma vez, perto da estátua de Balzac, seu rosto era lindo e os passos graciosos… dançando com a música, ele sorria… Foi tudo aquilo que eu fora um dia. Ele está na minha memória como aquele momento inesquecível; assim o lembrarei, isso me confortará nos meus últimos dias…” (Auguste Renoir)
Andy Garcia protagoniza Modigliani e consegue deixar à flor da pele toda a sua loucura, sua intensidade e personalidade inquieta. O filme todo é uma mescla de alegrias e angústias, expectativas e frustrações. Elza Zylberstein, que interpreta Jeanne Hébuterne, também se sai muito bem, emocionando no início e no final do filme, com gestos e olhares que dispensariam diálogos.
Fatos verídicos são retratados que poderiam fazer parte da vida de qualquer um de nós. Um filme sublime!
