Lívio Abramo

Lívio Abramo foi um renomado artista brasileiro, que teve uma carreira artística marcante com grande destaque na gravura.  Ele foi também  desenhista, pintor, muralista e professor.

Lívio nasceu em Araraquara, cidade do interior de São Paulo, no dia 23 de junho de 1903. Filho de imigrantes italianos, era o irmão mais velho entre seis irmãos, entre eles a atriz Lélia Abramo e o jornalista Cláudio Abramo. Desde a infância demonstrou habilidades artísticas.

Em 1909, passou a residir com sua família na cidade de São Paulo, onde estudou no Liceu Dante Alighieri, tendo o privilégio de ter sido aluno do artista e professor Enrico Vio, que ao perceber seu talento, o incentivou a seguir carreira artística.

Durante a década de 1920, realiza ilustrações para pequenos jornais de São Paulo. Foi nesse período que ele conheceu a obra de Oswaldo Goeldi e com o expressionismo alemão. Em 1926, já com experiência adquirida nesse anos, realiza suas primeiras gravuras.

Durante a década de 1930, se envolveu em movimentos artísticos e políticos, participando ativamente do modernismo brasileiro e dos debates sobre arte e sociedade da época. Na arte, foi influenciado por   Tarsila do Amaral em sua fase antropofágica. Na política, foi membro do Partido Comunista Brasileiro durante o governo de Getúlio Vargas. Suas convicções políticas influenciaram fortemente suas obras posteriores.

Os anos de 1940 foram muito dedicados à gravura, especialmente em ilustrações de livros. Como resultado deste trabalho, recebeu um prêmio de viagem ao exterior pela série de ilustrações apresentadas no Salão Nacional de Belas Artes.

Em 1951, viajou para a Europa com destino à Paris, onde aprimorou suas técnicas de gravura em metal e xilogravura.

Em 1953, retornou para o Brasil, participou da 2ª Bienal de Arte de São Paulo, recebendo o premio de melhor gravador nacional.

Abramo produziu obras com temas sociais e políticos, retratando a vida do trabalhador brasileiro, a luta por justiça social e as desigualdades da época. Suas gravuras e pinturas eram carregadas de críticas ao sistema capitalista e à opressão sofrida pelos trabalhadores. Ele também produziu murais de grande impacto em prédios públicos, como o mural ‘Trabalho’, no edifício do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em Brasília.

Além de sua produção artística, ele foi um importante professor de arte, tendo lecionado na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo e na Universidade de Brasília.

Em 1962, é convidado pelo Governo Federal a integrar a Missão Cultural Brasil-Paraguai, para realizar, muda-se para o Paraguai passando a assumir o cargo de diretor do Setor de Artes Plásticas e Visuais. Funda o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.

Lívio Abramo faleceu em 26 de abril de 1993, na cidade de Assunção, Paraguai. Deixou um legado significativo para a arte brasileira, tanto por sua obra como por seu engajamento político e social.

 

GALERIA – PRINCIPAIS OBRAS

Meninas de Fábrica. Lívio Abramo. 1935

 

Guerra-Medo. Lívio Abramo. 1937

 

Mulata (da série Negras). Lívio Abramo . 1954

 

Paraguay, Plaza y Casas. Lívio Abramo. 1964

 

Festa (xilogravura). Lívio Abramo. 1956

 

Em Festa, o artista foi inspirado nas manifestações culturais do país, especialmente nas festas juninas, com seus balões, fogueiras e bandeirinhas, o artista expressa nesta obra, sempre preocupado com as questões sociais e políticas do Brasil, o seu interesse pelo homem comum, sempre presente direcionando como tema principal em seu trabalho.

 

 

 

Por Roseli Paulino – @arteeartistas

 

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