A Idade Madura é uma das principais esculturas de Camille Claudel. Há uma versão em gesso e duas estampas de bronze, exibidas respectivamente no Museu d’Orsay e no Museu Rodin.
Após o rompimento entre os amantes, Auguste Rodin tentou ajudá-la através de terceiros e obteve do diretor do Departamento de Belas Artes que encomendasse a Camille uma obra. Em 1895 ela recebeu a encomenda de uma peça que expôs em 1899 ainda em gesso. Mas não obteve do departamento o pedido para que fundisse a peça em bronze, o que significaria a aceitação plena. Em compensação, ela não entregou o gesso, que ficou guardado em seu estúdio.
Foi somente em 1902 que o Capitão Tissier encomendou o bronze da obra que ficou conhecida como “A Idade Madura”.
Apesar da indiferença com que o futuro olha o passado, de ser obra simbólica que nos faz pensar no tempo que nos escapa, de ser um testemunho do talento dessa mulher apaixonada e sem limites, essa obra autobiográfica que é sobretudo uma alegoria sobre o tempo que passa veloz, é, para a maioria dos que conhecem a história de Camille e Rodin, o doloroso relato do fim de um caso de amor.
Esta obra que muito desagradou Rodin, que se sentiu exposto, retrata o sentimento de derrota de Camille frente à Rose, à sua mãe, à passagem do tempo e à morte. A Suplicante é o detalhe que compõe “A Idade Madura”. O ventre da jovem está crescido, a gravidez é um tema que se repete em sua obra, talvez reflita uma esperança de se conectar com a feminilidade, com a experiência de Ser e substituir a ausência por uma presença.
A escultora pode ser interpretada como uma alegoria da separação mostrando o
abandono. Ao expor o bronze ele foi elogiado, mas também criticado pela crueza que retratava a decadência e o sofrimento. Conseguira uma encomenda depois retirada. Camille ficou magoada por Rodin não intervir a seu favor, ele parecia não desejar a obra exposta, deixava transparecer que se sentia pessoalmente atingido.
- A história pessoal se dilui diante da obra-prima que ficou. Não importa a versão, não importa a história por detrás da criação da obra. Não importa sequer que ela tenha colocado seu rosto nos traços da jovem que implora.
A crueldade do tempo é também essa, o que tem importância é o que ela nos deixou: uma estátua viva, maravilhosa, em que o talento de Camille Claudel, independente do de Auguste Rodin, ficou comprovado.
Essa obra testemunha o cruel abandono de Auguste Rodin, ela marca a ruptura de um dos mais famosos casais amantes da História da Arte.
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