Mãos em Oração – Albrecht Dürer

Mãos em Oração - Albrecht Dürer
Mãos em Oração. Albrecht Dürer .1508 – (Gravura) Localização: Museu Kunsthistorisches, Viena

Convido você a contemplar a beleza e a simbologia das “Mãos em Oração”, uma representação artística que transcende culturas e religiões. Essa imagem icônica retrata as mãos unidas em gesto de prece, simbolizando fé, esperança e conexão espiritual. Ao observar as “Mãos em Oração”, somos convidados a refletir sobre a espiritualidade humana e a busca por algo maior que nos une como seres humanos.

“Mãos em Oração” também conhecida como “Mãos que Oram”, é uma gravura  de  Albrecht Dürer, provavelmente uma das imagens mais reproduzidas do mundo e se tornou um símbolo internacional de piedade e cristianismo, até os dias atuais.

Realizado com tinta e lápis sobre papel azul que o próprio artista criou e foi produzido não como um trabalho autônomo, mas apenas um desenho preliminar para um retábulo encomendado por Jacob Heller em 1507. O retábulo representava a coroação da Virgem Maria para uma igreja em Frankfurt. Estas mãos estão voltadas para as de um apóstolo ajoelhado junto ao túmulo de Maria.

Por volta da década de 1930, surgiu uma fábula sobre as mãos deste esboço, postulando que eram as mãos do irmão do artista Albert, desgastadas pelo trabalho árduo e imortalizadas neste desenho. No entanto, é muito mais provável que o artista tenha modelado o desenho em suas próprias mãos, e mãos semelhantes podem ser vistas ao longo de sua obra, assim nasceu a obra Mãos em Oração. Conheça a história desta fábula, como segue resumidamente aqui:

Numa aldeia perto de Nuremberg, na Alemanha, vivia uma família com 18 filhos, um desses filhos era o futuro artista, Albrecht Dürer.

A fim de garantir a comida à mesa para aquela multidão, o pai e cabeça do lar, um ourives de profissão, trabalhava quase dezoito horas por dia no seu comércio e ainda fazia qualquer outro trabalho remunerado que pudesse encontrar na vizinhança.

Albrecht tinha um irmão, de nome Albert, sendo que os dois gostavam de pintar e apresentavam habilidades naturais, que desejavam estudar e aprender técnica para se aperfeiçoarem.

A família Dürer,  era contudo, muito pobre e sem possibilidade de dar estudos aos dois. Então, os irmãos discutiram o assunto entre si e decidiram pelo que acharam ser uma boa solução, aliás a única, que um dedicar-se-ia ao estudo, enquanto o outro ficaria a trabalhar nas minas de carvão, para custear a preparação artística do outro.

Após terminarem o combinado, o irmão que ganhasse na sorte e a quem coubesse ser o primeiro a estudar, manteria então os estudos do outro. Assim foi feito.
Tiradas as sortes, coube a Albrecht o estudo, enquanto o irmão Albert ao trabalho duro das minas.

Autorretrato. Albrecht Dürer. 1500

Com uma aprendizagem adequada, Albrecht criou trabalhos que lhe deram grande fama e proventos consideráveis, superando os seus mestres. Então, não repudiando o acordo que com Albert fizera, propôs ao irmão que fosse também estudar, que ele, Albrecht, pagaria as despesas. Albert porém, agradeceu ao irmão o respeito pelo compromisso assumido, mas declinou a oferta com a alegação, verdadeira, de que os quatro anos passados nas minas lhe teriam provocado infelizmente uma forte artrite que causou uma visível deformação nas mãos, o que o deixou incapaz de cumprir o sonho de ser um artista como o irmão. Mesmo assim, não se sentia triste com a situação, ao contrário, seu sacrifício ajudou a tornar o irmão em um artista renomado, sentia orgulho por isso.”

Albrecht Dürer nasceu na cidade de Nuremberg, Alemanha no dia 21 de maio de 1471. Foi pintor, gravador,  ilustrador, matemático e teórico de arte, provavelmente o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. Entre os artistas de seu tempo foi, sem dúvida, o mais universal.

Faleceu no dia 6 de abril de 1528, aos 57 anos, em Nuremberg.

“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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