Skap – Análise da música de Zeca Baleiro

A canção “Skap” integra o CD intitulado “Por onde andará Stephen Fry?”, um álbum lançado no ano de 2002 pelo renomado cantor e compositor brasileiro Zeca Baleiro. Este trabalho musical destaca-se na discografia de Zeca Baleiro, refletindo sua criatividade e talento no cenário musical brasileiro.

Skap (letra)
Quando você pinta tinta nessa tela cinza
Quando você passa doce dessa fruta passa
Quando você entra mãe-benta amor aos pedaços
Quando você chega nega fulô boneca de piche
Flor de azeviche
Você me faz parecer menos só, menos sózinho
Você me faz parecer menos pó, menos pozinho
Quando você fala bala no meu velho oeste
Quando você dança lança flecha estilingue
Quando você olha molha meu olho que não crê
Quando você pousa mariposa morna lisa
O sangue encharca a camisa
Quando você diz o que ninguém diz
Quando você quer o que ninguém quis
Quando você ousa lousa pra que eu possa ser giz
Quando você arde alardeia sua teia cheia de ardis
Quando você faz a minha carne triste quase feliz 

Zeca Baleiro

 ANÁLISE DA MÚSICA SKAP NA INTEGRA:

  • A música Skap utiliza-se do recurso da citação, no início da canção, como que para reafirmar que aquele que ama às vezes necessita das palavras de outros para tentar traduzir aquilo que sente.
  • A cantora Wanderlea recita trechos dos sonetos 22 e 91 de SHAKESPEARE (1991, p. 15 e 93): “Pois toda essa beleza que te veste/vem de meu coração, que é teu espelho”; “Meu bem é bem melhor que tudo posto”. O bem-querer transforma em cores a tela cinza; personifica o gosto doce do sentimento; traz a “violência” do querer-bem a alguém, que provoca medo, desejo, paixão, angústia e dor; guarda o mistério, o não crível (“quando você olha molha meu olho que não crê”), o enigma (“mariposa morna lisa”, alusão à Mona Lisa e seu enigmático semblante); evidencia o jogo sedutor (“quando você arde alardeia sua teia cheia de ardis”; traz a ilusão da felicidade (“quando você faz a minha carne triste quase feliz”); cada ato seu traduz-se em interrupção da sensação de solidão, de nada, de ser ninguém.

José Ribamar Coelho Santos, amplamente reconhecido pelo seu nome artístico Zeca Baleiro, é um multifacetado artista brasileiro, conhecido por sua atuação como cantor, compositor, cronista, músico e poeta. Nascido na cidade de São Luís do Maranhão, em 11 de abril de 1966, Zeca Baleiro tem se destacado no cenário cultural do país, conquistando uma vasta audiência com sua obra diversificada e significativa.

“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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