A Batalha entre o Carnaval e a Quaresma é uma pintura de Pieter Bruegel, o velho. É considerada uma das obras primas do Renascimento e uma das obras mais antigas alusiva ao carnaval. Nela Bruegel descreve esses costumes flamengos  em detalhes curiosos, representando um festival que era comum no sul da Holanda em meados do Século XVI.

A grande composição está repleta de incontáveis ​​figuras vistas de cima. O miradouro elevado permite-nos ver todos os eventos e atividades que decorrem em simultâneo na praça principal de uma pequena localidade.

A pintura está dividida em duas partes representando respectivamente, o carnaval e a quaresma. A parte central e à esquerda, simboliza todos os excessos próprios do carnaval: música, jogos, bebidas, comida, desordem e euforia. A metade oposta, à direita, representa a austeridade da quaresma, período de renúncia, penitência e recolhimento.

A pintura é conhecida pelo contraste da vida contemporânea, como pode ser visto pela prática religiosa observando a igreja à direita e a fruição dos clientes pela pousada à esquerda. As duas pessoas contrastantes estão conectadas pelo poço no centro, mostrando a conexão e união de todas as pessoas representadas. Outras cenas da pintura mostram barracas de venda de peixes com dois carros alegóricos concorrentes.

Esta obra mostra a Europa moderna como uma batalha travada entre as figuras presentes durante essas comemorações. Representa as diferentes cozinhas sazonais, já que o gado que não ia ser mantido durante o inverno era abatido, criando uma abundância de carne. Como os preparativos para a Páscoa foram feitos, açougueiros fecharam lojas e compraram gado para a próxima primavera no campo.

A obra prima de Bruegel sempre foi rica em simbolismo e alegorias que levaram ao seu estudo ao longo dos séculos. Esta pintura é frequentemente vista como o triunfo da Quaresma, quando a figura do carnaval se despede com uma das mãos enquanto seus olhos se erguem para o céu. Outro significado mais generalizado que muitas vezes é atribuído à pintura é a crença que Pieter Bruegel tinha de que as atividades humanas eram motivadas por egoísmo e loucura.

A pintura em detalhes …

Essa é uma composição em que Bruegel deixa vir à tona toda a variedade de sua paleta, com cores claras e festivas.

Os personagens representados são todos dignos de observação, por sua riqueza de detalhes. Sejam eles jovens e velhos, ou mesmo deformados como o que cavalga um tonel de vinho, o tristes de murchos como o que toca um instrumento e parece refletir toda a miséria do mundo através da expressão de seu rosto.