A Morte de Marat é uma importante pintura realizada por Jacques-Louis David (1748-1825),  pintor francês e uma das figuras mais importantes do Neoclassicismo.

Em 1793, David foi contratado para criar um memorial para Jean-Paul Marat após seu assassinato por Charlotte Corday que ocorreu no mesmo ano Marat era um político francês, médico, jornalista e líder da facção radical Montagnard, ele foi assassinado enquanto estava sentado em um banho medicinal que aliviava os sintomas de uma dolorosa condição de pele. A pintura de David combina tais informações factuais  junto com elementos altamente simbólicos de propaganda para criar uma imagem que o eleva ao martírio.

Essa composição esparsa obriga o espectador a contemplar o corpo de Marat, que aparece pacificamente esparramado. A ferida de faca, visível em seu peito, é mal indicada e apenas vislumbres da água do banho ensanguentada sugerem a violência anterior. Embora o governo revolucionário tenha proibido a religião, David criou uma analogia visual entre Marat e as imagens do Cristo morto. A curva graciosa do braço remete à Pietà de Michelangelo e outras cenas da Deposição da Cruz; o turbante branco enrolado em sua cabeça serve como substituto de uma auréola.

As claras simpatias de David por Marat e sua transformação do político em um mártir atemporal fizeram com que esta pintura se tornasse altamente problemática após a queda do governo jacobino; foi devolvido a David em 1795 e permaneceu em sua posse até sua morte. Escondido, só foi redescoberto em meados do século XIX, quando foi celebrado pelo poeta Charles Baudelaire.

A PINTURA EM DETALHES

No século XX, o icônico memorial de David a Marat foi um marco para os artistas envolvidos com a política. Edvard Munch e Pablo Picasso fizeram versões da pintura, assim como o pintor chinês Yue Minjun. O artista brasileiro com consciência social, Vik Muniz, usou a pintura de David como inspiração para uma de suas obras criadas para o documentário Lixo Extraordinário.