A Primavera, obra prima de Sandro Botticelli

Considerada uma das obras primas do Renascimento, A Primavera está entre as maiores pinturas do Museu Uffizi de Florença e entre as mais famosas da arte ocidental. A obra retrata uma série de figuras da mitologia clássica,  provavelmente foi criada para o casamento do primo de um dos homens mais importantes da renascença italiana, o poderoso Lorenzo De Medici.

A Pintura que também ficou conhecida como Alegoria da Primavera, apresenta um grupo de pessoas em uma floresta onde todas as figuras encontram-se no mesmo plano. O artista não aplicou a perspectiva linear, recurso que já era utilizado por outros artistas que foi criado na Renascença em que os pintores usavam para dar ilusão de profundidade, assim passaram a usar com muita frequência a partir do século XV.

Embora o significado exato da pintura nos escapa, sabemos a identidade de muitas das figuras que são mostradas na composição. No centro está a deusa romana, Vênus. Sua presença é um reflexo do interesse humanista pelo mundo clássico que era popular em Florença naquela época. Ela é retratada como uma mulher idealizada, ligeiramente descentralizada, com a cabeça inclinada e gesticulando para a direita. Todas as figuras na cena estão sendo alvejadas pela flecha do Cupido, que sugere a ideia de casamento.

A Vênus e o Cupido (detalhe de A Primavera de Botticelli)

Localizado à esquerda encontramos Mercúrio que está representado com um cajado que pode estar usando para afastar as nuvens de inverno. Ele é facilmente identificável por suas proeminentes sandálias aladas. A sua direita, estão três importantes figuras femininas. Essas mulheres, que parecem estar envolvidas em algum tipo de dança, foram modeladas por Botticelli a partir de uma antiga representação das Três Graças:  Chloris, a deusa das flores, antes de se transformar em Flora, ecoando um mito descrito em Ovid. Elas são representadas com roupas leves e transparentes.

Mercúrio e As Três Graças (detalhe de A Primavera de Botticelli)

No lado direito, vemos outro grupo de figuras que inclui o de Zephyrus, prestes a pegar a ninfa  Chloris. Depois que ele consegue tomá-la para si, eles se casam e a ninfa se transforma em Flora, a deusa da Primavera. Aqui, Flora é retratada jogando flores que foram reunidas em seu vestido. Este é um meio que simboliza a fertilidade.

Zephyrus e a ninfa  Chloris se transformando em Flora (detalhe de A Primavera de Botticelli)

A ambientação em um laranjal também merece destaque, pois os Médicis adotaram a laranjeira como símbolo da família. A pintura teria sido colocada no quarto do casal para presenteá-los, então a presença do Cupido mirando as Três Graças com sua flecha assume um significado particular à luz do amor conjugal. Sendo assim,  a pintura é um testemunho dos interesses humanistas nos temas clássicos da Renascença.

A Primavera. Sandro Botticelli. 1482 – Têmpera sobre madeira (203 x 314 cm) – Localização: Galeria Uffizi, Florença (Itália)
“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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