Flávio de Carvalho foi um renomado artista brasileiro, se destacando em diferentes modalidades como, na pintura, desenho, arquitetura, literatura, moda, entre outras. Ele é conhecido por sua contribuição multidisciplinar para as artes e por desafiar as normas sociais e estéticas de sua época. Sua vida e obra são marcadas por um profundo interesse pela experimentação, pela investigação de novas formas de expressão e pelo questionamento das convenções artísticas e sociais.
Flávio de Rezende Carvalho nasceu em Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, no dia 10 de agosto de 1899.
Em 1924, formou-se em arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. A partir de então, começou a se envolver em uma ampla gama de atividades artísticas, que iam além da arquitetura e da pintura.
Nos anos 1920, Flávio de Carvalho fez parte do movimento modernista brasileiro, que buscava romper com as tradições acadêmicas e introduzir novas abordagens estéticas. Ele também teve um papel importante na introdução do dadaísmo e do surrealismo no Brasil, influenciando suas pinturas e experimentações artísticas.
O artista também se destacou como escritor, publicando ensaios sobre arte, arquitetura, cultura e sociedade. Seus escritos refletiam seu pensamento crítico e suas ideias vanguardistas.
Além de sua produção artística, Flávio de Carvalho também ficou conhecido por suas intervenções públicas e performances provocativas. Uma de suas ações mais famosas foi o “Experiência nº 2“, realizada em 1931, na qual ele caminhou pelas ruas de São Paulo vestindo um vestido verde, desafiando as normas de gênero e provocando reações chocadas da sociedade conservadora da época. Isso aconteceu durante uma procissão de Corpus Christi que tomava a famosa Rua Direita, no centro da capital paulistana. Propositalmente, o artista caminhou em direção contrária ao da multidão, utilizando um acessório diferente durante todo o trajeto: um boné verde, em um sinal de total desrespeito aos fieis. Flávio só não foi linchado pelos religiosos, porque foi protegido pela polícia e acabou se escondendo em um café na rua São Bento. Após passar por essa experiência, o artista registrou toda a ação dele e da multidão, e registrou em um livro posteriormente publicado, onde reuniu uma série de desenhos do evento.

Na década de 1950, surgiu uma nova ideia inovadora, onde o artista lançou uma performance batizada por ele de “Experiência nº 3”. O ato ocorreu em uma rua no centro de São Paulo, em que Flávio caminhou vestindo saia, meia calça e blusa. O polêmico desfile que escandalizou a sociedade paulistana, tinha a intenção de mostrar um protótipo de roupa masculina.

Embora muitas de suas obras tenham sido polêmicas e incompreendidas em sua época, seu legado se fortaleceu ao longo dos anos. Ele é considerado um pioneiro da arte experimental no Brasil e um dos precursores da performance art. Sua atitude desafiadora em relação às normas sociais e culturais também o tornou uma figura emblemática do questionamento da conformidade e da busca por liberdade criativa.
Declarou: “O que é bom para os outros não é para mim.”
Flávio de Carvalho faleceu em 04 de junho de 1973, na cidade de Valinhos, São Paulo, deixando uma contribuição significativa para as artes e um legado de coragem em desafiar as convenções. Sua influência pode ser vista nas gerações posteriores de artistas que também buscam explorar novas fronteiras criativas.
GALERIA







Por Roseli Paulino – @arteeartistas
CARO LEITOR: Aproveite o espaço abaixo e nos conte o que achou desse post, o seu comentário é muito importante para nós. Agradecemos sua visita.