Monte Sainte-Victoire – Paul Cézanne

Monte Sainte-Victoire é uma das mais importantes obras do artista francês Paul Cézanne. Sua pintura influenciou vários artistas do século XX, como Pablo Picasso por exemplo. Ao pintar inúmeras paisagens, Cézanne percebeu que essas formas naturais poderiam se resumir a apenas três formas básicas: o cone, o cubo e o cilindro. Paul Cézanne é o precursor do cubismo.

mont-sainte-victoire-1885
Monte Sainte-Victoire. Paul Cézanne. 1885

Os laços emotivos de Paul Cézanne com a paisagem deram novo significado à representação dos objetos. Sua visão da coisa imaginada é recriada na representação luminosa e transparente.

Em seu último período, Paul Cézanne às vezes deixava vazios brancos em suas telas. Esses vãos não indicam falta de acabamento, são áreas de transição em que duas cores que não podem ser justapostas apenas se contrapõem para fundir-se opticamente.

O pico do Monte Sainte-Victoire perto de Aix atraiu Cézanne toda sua vida. Ele identificou-se com ele como os antigos com uma montanha santa em que eles estabeleceram a morada ou lugar de nascimento de um deus. Somente para Cézanne era um deus interior que ele revelava neste pico da montanha – sua luta, exaltação e desejo de repouso.

Nesta obra, a montanha é diminuída pelas árvores do primeiro plano e pela grande extensão do vale à direita. A montanha estável é enquadrada pelo coração atormentado de Cézanne, e o pico em si, por mais sereno, é atravessado por formas inquietas, como os ramos balançando no céu.

Essa conexão íntima de Cézanne com a natureza transparece em suas pinturas, onde ele buscava capturar não apenas a forma física dos objetos, mas também a essência emocional e espiritual que ele via neles. Suas pinceladas cuidadosamente planejadas e seu uso único de cor e luz transformaram a maneira como o mundo via a arte, influenciando gerações de artistas posteriores.

A técnica de deixar áreas em branco em suas pinturas, longe de ser uma falha, era uma escolha consciente para criar uma sensação de profundidade e luminosidade. Esses espaços vazios serviam como uma espécie de ponte entre as diferentes partes da pintura, convidando o espectador a mergulhar na cena e a experimentar a mesma sensação de admiração e reverência que Cézanne sentia pela natureza.

O Monte Sainte-Victoire não era apenas uma montanha para Cézanne, era um símbolo de sua própria jornada interior. Ele via na montanha não apenas um objeto físico, mas um reflexo de sua própria alma, com seus picos e vales, suas áreas de luz e sombra, suas partes estáveis e inquietas. Ao pintar o Monte Sainte-Victoire repetidamente, Cézanne estava não apenas capturando a beleza da paisagem, mas também explorando os mistérios de sua própria mente e coração.

Assim, cada pincelada de Cézanne não era apenas um ato de criação artística, mas também um ato de autoexpressão e autoconhecimento. Suas pinturas não eram simples representações da natureza, mas sim janelas para sua própria alma, convidando-nos a contemplar não apenas a beleza do mundo ao nosso redor, mas também a beleza interior que todos nós carregamos dentro de nós.

“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

Novidades pelo email

Assine nossa newsletter e receba todas novidades por email