O Estúdio do Artista – Gustave Courbet

O Estúdio do Artista é sem dúvida a composição mais misteriosa de Gustave Courbet. É uma expressão do amor próprio do artista e orgulho em sua vontade de ferro, trabalho duro e gênio revolucionário de um realista. Courbet se coloca em tamanho real, pincel na mão, trabalhando em uma paisagem. Seus amigos à direita são emblemáticos, enquanto o garoto admirador é uma expressão da confiança do artista de que seu legado transcenderá gerações.

O Estúdio do Artista. Gustave Courbet. 1855 – Óleo sobre tela (361 x 598 cm) – Localização: Museu d’Orsay

A pintura fornece várias pistas para a sua interpretação: “É o mundo inteiro que vem a mim para ser pintado”, declarou, “à direita, todos os acionistas, com isso quero dizer amigos, colegas de trabalho, amantes da arte. À esquerda é o outro mundo da vida cotidiana, as massas, a miséria, a pobreza, a riqueza, os explorados e os exploradores, pessoas que vivem da morte”.

No primeiro grupo, os da direita, podemos reconhecer o perfil barbudo do colecionador de arte Alfred Bruyas, e atrás dele, à nossa frente, o filósofo Pierre-Joseph Proudhon. O crítico de arte Champfleury está sentado em um banquinho, enquanto o poeta Charles Pierre Baudelaire está absorto em um livro. O casal em primeiro plano personifica os amantes da arte e, perto da janela, dois amantes representam o amor livre.

Do lado da “vida cotidiana”, encontramos um padre, um comerciante, um caçador que lembra um pouco Napoleão III, e até mesmo um trabalhador desempregado e uma mendiga simbolizando a pobreza. Também podemos ver o violão, o punhal e o chapéu, que, juntamente com o modelo masculino, condenam a arte acadêmica tradicional.

Nesta vasta alegoria, verdadeiramente uma pintura de manifesto, cada figura tem um significado diferente. E no meio de tudo isso está o próprio artista, rodeado por figuras benevolentes: uma musa feminina, nua como a Verdade, uma criança e um gato. Ao centro, o pintor apresenta-se como mediador. Ele afirma assim o papel do artista na sociedade numa enorme cena à escala de uma pintura histórica.

“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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