O Rapto de Proserpina – Bernini
“O Rapto de Proserpina” é uma escultura de Gian Lorenzo Bernini, concluída em 1622. A obra retrata o momento em que Plutão, o deus do submundo, rapta Proserpina, filha de Ceres, a deusa da agricultura. A escultura é uma representação impressionante do movimento barroco, com Proserpina parecendo flutuar no ar enquanto é capturada por Plutão, que exibe uma expressão de intensidade e força. A habilidade de Bernini em capturar a emoção e a ação neste trabalho é notável, tornando “O Rapto de Proserpina” uma das esculturas mais famosas e celebradas do período barroco.
O Rapto de Proserpina é uma importante obra atribuída ao artista italiano Gian Lorenzo Bernini.
Nessa escultura, Bernini apresenta o sequestro de Proserpina, ou Perséfone, como é conhecida na mitologia grega, pelo deus Plutão (ou Hades). No início do século XVII, o famoso patrono das artes, o Cardeal Scipione Borghese, encarregou Bernini de esculpir uma versão dessa história.
Quando os mestres da Renascença reviveram a escultura clássica, também tiveram um fascínio pela mitologia grega e romana. Esse fascínio transitou para o barroco. Então, para entender a escultura de Bernini, primeiro precisamos entender a mitologia por trás dela.
A história diz que Plutão foi superado pela beleza de Proserpina e a raptou para ser a rainha do submundo. A mãe dela, Ceres (deusa da agricultura e da vida), colocou uma seca na terra até que sua filha retornasse. Eventualmente, um acordo foi alcançado, assim Proserpina passava metade do ano no submundo e metade do ano com a mãe. Para os antigos, isso explicava as estações agrícolas. As plantas morreram quando Proserpina foi levada ao submundo e retornaram quando ela voltava feliz para sua mãe, representando assim as estações do ano.
Na escultura, Bernini decidiu capturar a história em seu clímax, no momento em que Plutão rapta Proserpina e a arrasta para o submundo. Ele apresenta a deusa em pânico que luta e empurra o musculoso Plutão; seu rosto está cheio de angústia e medo.
Como é comum em suas obras, as figuras de Bernini não são colocadas em uma posição sólida. Elas são apanhadas no meio de uma ação dramática, seus corpos torcendo e espiralando para cima. Esse instantâneo no tempo contém uma quantidade considerável de detalhes reais. Embaixo dos deuses, Bernini colocou uma testemunha desse terrível momento – o cão Cérbero, que possui três cabeças; ele acompanhará e guardará Proserpina no submundo.
Esses detalhes, como a expressão de medo no rosto da deusa ou a sensação de força avassaladora criada pela forma muscular de Plutão, informam o espectador e contam uma história inteira com um único momento no tempo.
Todo realismo existente na obra, aprofundam esta história e proporcionam uma profundidade emocional que se conecta ao espectador. Esses detalhes nos informam dos avanços indesejados, bem como da natureza sexual da cena que contribuem para a sensualidade deste momento. A história é contada através de uma representação corporal que atinge as paixões centrais de todo ser humano. A ênfase no visceral é uma técnica expositiva comum na escultura barroca.
Com obras como essa, Bernini procurou criar movimento, vida e calor. Seu sucesso é evidente e, como um verdadeiro mestre do realismo e da emoção, ele ganhou não apenas respeito, mas também muitos seguidores.
Suas esculturas são reconhecidas por seu drama teatral e envolvente, dinamismo, tensão, textura e naturalismo. Os dois últimos critérios são talvez os mais específicos para ele: ninguém jamais pode fazer com que a pedra transmita pele macia, cabelos encaracolados ou tecidos amassados da mesma maneira que Bernini conseguira.
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