Franz Marc, artista expressionista alemão, ficou reconhecido por suas imagens de animais de cores vivas, que usou para transmitir mensagens profundas sobre a humanidade, o mundo natural e seu destino. Essas obras demonstram uma nova e perturbadora sensação de inquietação, de tensão, de iminência e antecipação, qualidades que são evidenciadas na pintura Tigre, considerada sua obra prima.
Marc retrata o tigre em um momento antes do ataque; ele está pronto para romper com qualquer coisa que o esteja restringindo. O uso de técnicas cubistas por Marc permitiu que ele criasse a sensação inconfundível de tensão sem mudar sua abordagem da cor ou do assunto. Ainda assim, seu interesse pela abstração maior dos cubistas marca um afastamento artístico distinto. Ele mostra uma dívida óbvia com o cubismo de Pablo Picasso, pois foi usado como um meio de aumentar o realismo e o sentimento,
Em meio a uma paisagem composta quase inteiramente por formas cúbicas reproduzidas em tons luminosos de vermelho, verde, violeta e laranja, o animal do título, é visto galgando em uma rocha. Perturbado, composto apenas em tons de amarelo e preto, está pronto para descarregar a força cinética de seu corpo maciço e musculoso. Mesmo durante essa experimentação, Marc nunca vacilou em seu interesse por cores primárias ousadas e seu potencial para transmitir emoção.
As imagens desse animal parecem ainda mais poderosas pela construção em bloco das formas que determinam seu corpo. Toda a obra está cheia de tensão, com um sentimento de apreensão, com um pressentimento de morte rápida e repentina. Nesta pintura, a sensação de segurança, harmonia e conforto que Marc havia projetado em seus trabalhos anteriores, como em seus famosos cavalos, está agora totalmente ausente.
FRANZ MARC nasceu em 8 de fevereiro de 1880, em Munique (Alemanha). Sua maior conquista, foi de fato, criar obras de arte que, por meios abstratos, evidenciaram sua concepção da unidade geral e do caráter da natureza.
Como fundador do Blue Rider, Marc ocupa um lugar no impacto teórico deste movimento fundamental de desenvolvimentos futuros, como o Dadaísmo e Bauhaus. Ele e Wassily Kandinsky estabeleceram um passo extremamente importante ao fazer harmonias cubistas e fauvistas se aplicarem a um conceito elevado de assunto.
Na guerra, Marc foi forçado a racionalizar seu objetivo, mas os conflitos e questões resultantes o perturbaram profundamente. Ele se alistou em 1914 com entusiasmo no exército alemão como cavaleiro. Escrevendo a Kandinsky, ele disse sobre a guerra: “esta é a única maneira de limpar o estábulo augiano da Europa”. Na verdade, Marc ficou tão entusiasmado que perguntou: “Existe uma única pessoa que não deseja que esta guerra aconteça?
O trauma da guerra para Marc foi tal que, no final, só a morte poderia lhe dar alívio. Nesse estado, sua própria inocência poderia ser restaurada. Ele foi morto em ação na Batalha de Verdun em 4 de março de 1916.
Por Roseli Paulino – @arteeartistas
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