A Jangada da Medusa, de Théodore Géricault
A Jangada da Medusa tornou-se uma das pinturas lendárias do período moderno. Considerada a obra prima de Théodore Géricault, é uma das mais representativas do Romantismo. Ao criar a pintura, o artista apresentou uma composição complexa e um retrato quase inquietante da realidade que remete de tudo o que havia sido visto antes.
O artista prestou muita atenção aos detalhes neste trabalho, ele até esboçou partes do corpo cortadas para tornar a obra, o mais autêntica possível. A pintura apresenta um conjunto de figuras flutuando no mar, algumas mortas, algumas lutando pela vida em uma massa emaranhada posicionada em uma jangada improvisada. No ponto mais alto, encontramos uma única figura que agita um pano no topo de uma pilha de alguns homens que estão lutando para chamar a atenção de um navio à distância que encontra-se localizado na extremidade direita da linha do horizonte. A vela da jangada está ondulando ao vento enquanto é lançada sobre um oceano agitado.
A composição apresenta a interpretação dramática do artista sobre uma fragata da marinha francesa que caiu em seu caminho para criar colônias na África Ocidental em 2 de julho de 1816. O governador nomeado da colônia e os oficiais de alto escalão do grupo partiram nos seis botes salva-vidas do navio, deixando os 147 passageiros restantes para serem amontoados em uma jangada feita às pressas. Quando a balsa se mostrou muito pesada, em um ato horrível de covardia e medo, o líder do navio cortou as cordas da balsa. Deixados à própria sorte, os passageiros acabaram recorrendo ao canibalismo. Quando resgatados treze dias depois por um navio britânico que passava, apenas quinze homens ficaram vivos, dos quais cinco morreram antes de conseguirem retornar ao continente. Quando foi divulgado ao público, a ocorrência tornou-se uma tragédia internacional e uma acusação severa ao atual governo francês.
A pintura chocou o público e dividiu os críticos no Salão de Paris de 1819. Para o artista, a decisão de pintar uma cena de uma história recente, chamou a atenção imediata para este fato, principalmente porque Géricault o traduziu de maneira condizente com as características da arte clássica.
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