Biografia de Auguste Renoir e suas principais obras
Auguste Renoir foi um importante pintor um dos principais integrantes do movimento impressionista, ao lado de Claude Monet e Edgar Degas entre outros, destacou-se por suas belas pinturas, cujo olho para a beleza fez dele um dos praticantes mais populares desse movimento.
Pierre Auguste Renoir nasceu na cidade de Limoges, na França no dia 25 de fevereiro de 1841. Seu pai era alfaiate e sua mãe costureira, uma família de classe média.
A família Renoir mudou para Paris em 1844, na tentativa de uma vida melhor. Desde cedo, o jovem Renoir demonstra aptidão para a pintura. Frequenta uma escola regular até os 13 anos, depois começa a trabalhar em uma fábrica de porcelana dos Irmãos Levy onde pintava buquês e flores. Trabalhou nessa fábrica até os 17 anos e em seguida foi trabalhar para M. Gilbert onde pinta temas religiosos vendidos a missionários. Pintou também leques e tecidos que lhe permitiam uma melhor remuneração.
A partir de 1861, passa a frequentar o ateliê do pintor suíço Charles Gleyre, além de visitar o Museu do Louvre como copista. No ano seguinte matricula-se na Escola de Belas Artes.
Essa pintura é uma encomenda de um modesto ceramista, que deseja um retrato de sua filha. No quadro, observa-se formas simplificadas no vestido e uma grande delicadeza nos tons, além de uma marca constante em seus retratos : a luminosidade dos olhos.
Em 1862, inicia seus estudos na Academia de Belas Artes. Neste período conheceu Claude Monet e Alfred Sisley, tornaram-se amigos e parceiros no movimento impressionista.
Lise posou para essa pintura em Fontainebleau. A obra era inspirada na pintura de Coubert. Apesar do relativo sucesso da obra na ocasião, Renoir passava por dificuldades financeiras e a jovem morava com Renoir na casa de seus pais. ‘Lise com a sombrinha’ foi sua primeira obra de destaque importante.
Em 1869, Auguste Renoir e Claude Monet dedicam-se ao mesmo tema, o Balneário de Grenouillère. Pintam juntos, observando a mesma paisagem ao ar livre, lado a lado, estudando os efeitos do movimento e da luz sobre a água.
Paralelas às pinturas e experimentações realizadas ao ar livre, Renoir continua produzindo obras mais tradicionais, destinadas ao Salão oficial. “Banhista com Cão Grifon” é aceita no Salão de 1870, juntamente com a obra “Mulher de Argel”. Embora seu estilo não seja rigorosamente tradicional, traz elementos já
parcialmente assimilados pelo júri, como a bidimensionalidade vista em obras de Édouard Manet.
Em 1870, Renoir é convocado para a Guerra Franco-Prussiana. De volta à capital francesa, em 1871, encontra-se em meio aos conflitos da Comuna de Paris.
Apesar da grande identificação com os pintores impressionistas, Renoir não se definia como um revolucionário. Diferentemente de Monet, por exemplo, aos poucos foi incorporando ao seu trabalho outros temas, além de paisagens, como nus artísticos, momentos do cotidiano e retratos.
Na primavera de 1876, Renoir esboçou várias telas grandes em dependências do Moulin de La Galette, O Balanço é uma delas.
Renoir achava o nu a mais indispensável forma de arte, dizia: “é impossível imaginar algo mais lindo.”
Esta pintura enfatiza a graça da silhueta, enquanto ao mesmo tempo atenua os contornos e as cores se misturam formando uma harmonia encantadora.
Em conversa com seus amigos, comentou Degas: “Os nus que nunca tinham aparecido em público parecem ser descobertos às escondidas, vistos com um olhar cúpido. É possível. Vi algumas imagens. Não têm decerto a naturalidade e a frescura dos corpos e das mulheres nuas de Renoir.” (Edgar Degas)
Em 1880, numa leiteria onde costumava fazer as refeições, Renoir conheceu Aline Charigot. Na amizade amadureceu o amor e Aline tornou-se sua modelo e esposa para o resto de sua vida.
Em 1879, na sede da revista La Vie Miderne, Renoir realiza sua primeira exposição individual. Vai aos poucos, afastando-se dos impressionistas. A partir de 1881, inaugura-se o chamado “período áspero” ou “azedo” conhecido por alguns em seu trabalho. Renoir valoriza mais o contorno das figuras e as cores ficam mais opacas. Mesmo sendo conhecido como impressionista, dedicou-se a esse movimento somente uma pequena parte de sua vida. No final da década de 1870, declara que a experiência impressionista estava parcialmente esgotada, prefere percorrer livremente outros estilos.
Em 1881 viajou à Argélia com seu amigo Corday para ver o país que tinha sido uma fonte de inspiração para Delacroix. Na Argélia pintou várias paisagens e retratos de mulheres argelinas.
Em 1884 quando Aline esperava um filho, o artista decidiu mudar-se para novo ateliê e para outro apartamento onde nasceu seu primeiro filho, Pierre. A partir daí, Renoir dedicou-se por inteiro à vida familiar; seus modelos favoritos passariam a ser a mulher e os filhos.
Entre 1885 e 86, Renoir pintou diferentes versões da maternidade, todas intensas e cheias de encanto. Mãe e filho são o motivo de numerosos quadros, pastéis, desenhos a sanguínea, craiom e bico-de-pena.
No apogeu de sua carreira, por volta de 1890, Renoir passou a sofrer de reumatismo, doença cruel que não lhe daria trégua. Na esperança de achar alívio
para a dor, decidiu mudar-se para o sul da França.
Em 1903, depois de algum tempo passado em Le Cannet, alugou um espaçoso apartamento na Maison de la poste, em Cagnes. De sua janela avistava a cidade e arredores banhados pelo sol de Provença, as cores quentes sobressaídas pela proximidade do mar. Apesar das maravilhas naturais que o cercavam, os temas favoritos de Renoir continuavam a ser a esposa e os filhos: Pierre, Jean (o futuro cineasta nascido em 15 de setembro de 1894) e Claude, apelidado “Coco”, que nasceu em 1°. de agosto de 1901, quando o pai tinha 60 anos.
De 1907 a 1910, Renoir pintou vários retratos de Gabrielle, jovem camponesa de Essoyes, contratada para assistir Aline após o nascimento de Jean. A partir de então, ela passa a fazer parte da família e também, por muitos anos, modelo favorito do pintor.
Em junho de 1914 o assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand levou à eclosão da guerra mundial. A França convocou seus homens em agosto: Pierre alistou-se no 4° Regimento de Infantaria e Jean foi ser sargento artilheiro no 1° Regimento dos Dragões. Com os dois filhos à frente, Renoir só pensava neles.
Depois de semanas de ansiedade, esperando em vão por notícias, o pintor soube que ambos tinham sofrido ferimentos graves. Pierre, que lutava em Lorena, fora mandado para o Hospital de Carcassonne e Jean se recuperava em Gérardner. Mesmo aliviados com a notícia de que os rapazes estavam vivos, Renoir e Aline preocupavam-se com eles. Aline foi visitá-los mas voltou exausta e perturbada pelos horrores da guerra. Ao voltar para casa, adoeceu e nunca mais se recuperou. Internada num hospital de Nice, ela morreu em 28 de junho de 1915.
Em 1917, Renoir recebeu a visita de um jovem pintor chamado Henri Matisse que, visivelmente interessado em estudar o trabalho do famoso pintor e transportar suas idéias sobre cor a uma nova era, passa a frequentar sua casa e, mesmo com a diferença de quase 30 anos entre eles, acaba por tornar-se seu amigo.
Eu li, certa vez, que Matisse observava, tristemente, enquanto Renoir, com pincéis amarrados as mãos, ou pegando uma escova apenas com as pontas dos dedos, continuava a pintar, apesar de dizer que sentia punhaladas de dor em cada movimento. Dizem, ainda, que um dia Matisse perguntou a Renoir por que ele persistia na pintura às custas de tanto sofrimento e tamanha tortura, ele respondeu:
“A dor passa, mas a beleza permanece.”
A serenidade expressa neste autorretrato demonstra a atitude aberta e feliz de Renoir perante a vida. Foi sua própria visão especial do mundo que lhe permitiu transmitir a jubilosa harmonia da natureza em todos os seus quadros.
Os últimos 30 anos de vida de Renoir foram repletos de glória e artrite. Nos períodos de crise procurava alívio de suas dores na hidroterapia. Mesmo restrito a cadeira de rodas, com deformidades articulares cada vez mais graves, procurava se adaptar pedindo que amarrasse seus dedos ao pincel. Mandou construir um cavalete em que podia enrolar as telas, permitindo realizar grandes obras sem elevar os ombros. Um de seus quadros mais famosos, As Banhistas, foi terminado dois dias antes de sua morte.
Auguste Renoir faleceu em Cagnes-sur-Mer, no dia 03 de dezembro de 1919 aos 78 anos. Pouco antes de morrer, o governo francês comprou uma de suas obras e a expôs no Louvre, onde o pintor passou muitas tardes copiando telas de mestres. Uma pequena natureza morta com duas maçãs ficou inacabada no cavalete.
Mesmo não sendo fiel ao impressionismo como assim foi Monet, Renoir será sempre lembrado como um dos principais pintores e fundadores desse importante movimento que abriu caminho para a arte moderna do século XX.
GALERIA E LEITURA DE ALGUMAS OBRAS
O PALHAÇO – O mundo do circo fascinou os artistas plásticos franceses da segunda metade do século XIX, que se opunham à representação dos temas tradicionais da pintura acadêmica. Nesta tela, Renoir retrata a poderosa atração desse tema sobre os jovens pintores impressionistas.
VELEIROS EM ARGENTEUIL – Como La Grenouillère, também este quadro foi pintado por Renoir na companhia de Monet. Naqueles anos de entusiasmo e inovação, os impressionistas muitas vezes se encontravam em Argenteuil, que os fascinava com os barcos e a alegre atmosfera de pessoas em lazer.
ROSA E AZUL – Alice e Elizabeth Cahen d’Anvers eram filhas de um banqueiro. Renoir foi pago para pintar vários retratos das garotas. O hábito de pintar os olhos escuros com rostos pálidos, tão peculiar do artista, à distância, promove uma névoa azulada, sobressaindo poderosamente o olhar.
GAROTAS AO PIANO – Na última década do século XIX, Renoir muitas vezes pintou séries inteiras de quadros que representavam uma ou duas figuras. Essas variações de um tema correspondiam à pesquisa do artista durante o período de produção de retratos e nus. Apesar da deficiência de detalhe, esta tela ilustra a técnica impressionista do artista, é talvez a última das variações desse tema, todas elas pintadas no curso do mesmo ano. A descrição minuciosa do interior, assim como a dos vestidos e rostos das moças, não chegam a distrair o observador; pois a luz integra a composição.
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