Claude Monet: Biografia e Obra

Claude Monet foi um dos principais pintores impressionistas da França e uma figura central no desenvolvimento da arte moderna. Nascido em 1840, em Paris, Monet é conhecido por suas paisagens impressionistas, especialmente de jardins, campos de papoulas, da Catedral de Rouen e de sua série de Nenúfares. Ele é admirado por sua habilidade em capturar a luz e o ambiente de suas cenas, utilizando pinceladas soltas e cores vibrantes. Monet foi um dos fundadores do movimento impressionista, que buscava capturar a impressão fugaz da luz e da atmosfera na pintura. Sua técnica inovadora influenciou gerações de artistas e ajudou a pavimentar o caminho para a arte moderna. Claude Monet faleceu em 1926, deixando um legado duradouro como um dos grandes mestres da arte moderna.

Claude Monet foi um importante pintor francês, figura de destaque do  impressionismo, movimento que ele liderou. Suas preocupações em captar a luz e o movimento, foram um momento crucial para o desenvolvimento que a arte passou no final do século XIX e início do século XX.

Claude Monet

Oscar Claude Monet nasceu no dia 14 de novembro de 1840, na cidade de Paris,  França. Seu pai, Auguste, era comerciante em um negócio de transporte marítimo administrado pela família. Sua mãe, chamada Louise, cuidava da casa e dos filhos. Quando Monet completou cinco anos de idade, a empresa de seu pai mudou a família para Le Havre, uma cidade portuária na Normandia.

Monet demonstrou seu interesse por arte, logo na infância, ele adorava desenhar caricaturas e preenchia seus livros escolares com esboços. Enquanto crescia, passava todo o tempo rabiscando, isso começou a incomodar seu pai, o mesmo queria que ele se concentrasse mais em como o negócio da família seria administrado.

Com o tempo, Monet desenvolveu o seu talento como desenhista de caricaturas. Não havia demonstrado ainda o interesse pela pintura, até conhecer Eugene Boudin, um paisagista local. Ele apresentou a Claude a pintura ao ar livre, que mais tarde viria a ser a pedra angular do trabalho de Monet. Contrariando os desejos de seu pai, Monet decidiu que ele não seguiria a mesma carreira do pai, e que, em vez disso, tentaria se tornar um pintor profissional.

Em 1859, Monet retornou a Paris e matriculou-se como estudante na Academie Suisse. No ano seguinte,  Monet foi servir o exército para um período de sete anos na Argélia. Depois de dois anos, uma  doença permitiu que ele deixasse o exército. Voltou à Paris dando seguimento aos estudos de arte.

Em 1862  aperfeiçoou o aprendizado em pintura, estudando com Charles Gleyre que lhe deu a oportunidade de conhecer pessoas como Auguste Renoir, Alfred Sisley, Camille Pissarro e Frederic Bazille. 

Depois de alguns anos aprendendo e evoluindo, Monet conseguiu a aceitação do Salão de 1865, onde suas pinturas deveriam ser julgadas e classificadas em uma competição anual. Os juristas escolheram duas de suas pinturas para participação, ambas paisagens marinhas. Isso veio na hora certa, enquanto Monet estava começando a lutar para se manter  financeiramente.

No ano seguinte, conheceu Camille Doncieux, que seria sua futura esposa.  Nessa época ele era extremamente pobre e não conseguia vender suas obras. Tudo piorou quando nascia seu primeiro filho, Jean, em 1867.

A sorte chegou na forma de Louis-Joachim Gaudibert, que se tornou seu primeiro marchand e grande incentivador.

Monet e Camille se casaram em junho de 1870 e logo foram obrigados a fugir pelo Canal da Mancha para Londres, tentando superar a Guerra Franco-Prussiana.

Depois que a guerra terminou, eles voltaram para a França, mas não para sua antiga casa – com a herança que recebeu pela morte de seu pai, o casal se  estabeleceu em uma casa alugada em Argenteuil, uma cidade industrial a oeste de Paris, à beira do rio Sena . Ele nunca perdeu contato com seus velhos amigos, muitas vezes trocando cartas com Renoir, Pissarro e Édouard Manet. Eles até se juntaram a outros artistas e formaram a Société Anonyme des Artistes, Peintres, Sculpteurs e Graveurs , que serviu como uma alternativa ao Salon, um lugar onde as peças de arte não eram forçadas a competir e eram capazes de explorar novos terrenos expressivos.

Claude Monet - 1875
Claude Monet, cerca de 1875

Em 1872, Monet pintou a famosa tela “Impressão: sol nascente”. A obra foi exibida depois de dois anos na primeira exposição “impressionista” que foi realizada em abril de 1874.  Foi um crítico que esteve presente e observando a obra de Monet e o título “impressão”, comentou de forma pejorativa quando observou a pintura e o título, que a pintura era “impressionista”. O crítico pretendia com isso ridicularizar a pintura de Monet- o fato de as pinturas não terem terminado com linhas perfeitas. Mas os artistas adotaram o “impressionismo” como um rótulo apropriado para a arte que estavam seguindo.

Esta exposição impressionista, foi um momento crucial no desenvolvimento da arte moderna. Ela caracterizou impressionistas principais, como Renoir, Degas, Pissarro, Cézanne e  tendo Monet como líder. Permitiu que esses artistas de pensamento livre, se afastassem do mundo da arte conservadora que dominava o Salão de Paris. A exposição atraiu um público interessado, embora ainda demorasse para o impressionismo decolar.

Depois que sua esposa Camille morreu de problemas trazidos pela segunda gravidez, Monet que já conhecia  Alice Hoschedé, passaram a viver juntos. Quando eles se casaram, ela já tinha seis filhos do casamento anterior e isso fez uma família de dez pessoas quando contava Monet e seus dois filhos, Jean e Michel.

Em 1878, Claude Monet passava por dificuldades financeiras. Para amenizar isso, mudou-se de Paris para Vétheuil, uma cidade rural que fica a noroeste da capital, faz fronteira com o rio Sena entre Paris e Rouen. A cidade era conhecida principalmente por sua igreja gótica do século XIII.  No período em que viveu com a família em Vétheuil, Monet pintou muitas vistas dentro e ao redor do lugar, observando seus vários aspectos ao longo de cada período do ano, à medida que a luz sazonal trazia efeitos diferentes para a arquitetura e o ambiente da cidade. O artista representou várias visões, utilizando esse tema de maneira bastante seletiva, excluindo de uma das vias comerciais mais movimentadas do oeste da França todos os sinais de tráfego fluvial pesado. Em vez disso, ele apresentou uma vista de Vétheuil que faz a cidade parecer pacificamente rural, com seu estilo requintado, aplicando tons brilhantes e cintilantes.

Em 1883, após muitas exposições bens sucedidas, Monet comprou uma propriedade em Giverny, um lugar que serviria como fonte de grande inspiração para o artista e provaria ser seu lar definitivo.

Em Giverny, ao lado de Alice e sua família, foi o período em que viveu o período mais produtivo de sua obra e feliz de sua vida. Ele adorava pintar ao ar livre nos jardins que ele ajudou a criar. Os nenúfares encontrados na lagoa, tinham um apelo particular para ele e ele pintou várias séries com o mesmo tema. Isso provou ser um cenário ideal para muitas séries de pinturas, como suas nenúfares e uma ponte sobre um lago , o que ele chamava de Ponte Japonesa. Para Monet, a natureza foi uma influência significativa, e ele passava horas observando a natureza, especialmente em seus jardins em Giverny.

Monet diria mais tarde que ele poderia ter se tornado um pintor de flores. Ele também diria que sua maior obra-prima era seu jardim:

“A riqueza que eu alcanço vem da natureza, a fonte da minha inspiração. ” (CLAUDE MONET)

Em 1911, Monet ficou deprimido após a morte de sua amada Alice e no ano seguinte ele foi diagnosticado com catarata. Durante o tempo em que a arte moderna estava no ponto mais alto, Monet estava fora de sintonia e não participava dessa transformação. Quase cego, com os dois olhos agora seriamente afetados pela catarata.

Durante a Primeira Guerra Mundial, ele se aproximou de Georges Clemenceau, o primeiro-ministro francês da época. No final da Primeira Guerra Mundial, ele pintou uma série de chorões em respeito aos muitos franceses que morreram no conflito.

Os últimos anos da vida do pintor são marcados por uma produtividade quase febril. Longe de abrandar  o seu ritmo de trabalho, ele mostra-se particularmente exigente consigo próprio. Por medo da mediocridade, queima numerosas telas. Lembrando-se da forma como os negociantes de arte tinham pilhado o atelier de Manet após a sua morte, ele quer proteger a sua obra e evitar que estudos ou esboços de menos valor apareçam no mercado.

Em 1919, Pierre-Auguste Renoir, o último companheiro de estrada, morre. O velho homem fica sozinho ao pé do seu lago.

Claude Monet - 1920
Claude Monet, cerca de 1920

Em 1923, Monet finalmente consentiu se submeter à uma cirurgia que teve sucesso. Mesmo assim,  lutou contra uma forte depressão nesse período de sua vida. Ele escreveu para um amigo que: “Idade e desgosto me esgotaram. Minha vida não passou de um fracasso, e tudo o que resta é destruir minhas pinturas antes de desaparecer.”

Monet faleceu em 5 de dezembro de 1926, em sua casa em Giverny. Seu túmulo encontra-se na Igreja do Cemitério de Giverny.

Claude Monet não conseguiu perceber o impacto que ele teve na cena artística e na importância de sua obra. Ele afirmou certa vez: “Meu único mérito reside em ter pintado diretamente na frente da natureza, procurando dar minhas impressões sobre os efeitos mais fugazes.” É óbvio que ele conseguiu realizar muito mais do que isso. Em poucas palavras, Monet ajudou a mudar o curso da arte, superando as convenções do passado, quebrando regras, foi ousado em criar um novo método, superando a  forma convencional da pintura, ele abriu caminho para arte do século XX .

Esse grande artista conseguiu transformar o curso da arte em uma direção distante das normas clássicas e sem dúvida um dos pintores mais influentes e importantes da história universal da arte.

Claude Monet: GALERIA / ARTE COMENTADA

Rio Sena em Honfleur. Claude Monet. 1865
Almoço na Relva. Claude Monet. 1865-66 (Musée d’Orsay, Paris)

Claude Monet iniciou este quadro, com figuras de tamanho natural, no ano anterior ao da data. Mas demorou a concluí-lo porque, com receio de que o tamanho pudesse comprometer a composição, trabalhou em muitos estudos preparatórios antes da versão final.

Mulheres no Jardim - Claude Monet
Mulheres no Jardim. Claude Monet. 1866-67 –Museu d’Orsay, Paris

Claude Monet fez o esboço desta pintura durante sua estada em Ville d’Avray e terminou-a no ano seguinte. Pintou a maior parte ao ar livre. Sua esposa Camille posou como modelo, para as quatro mulheres representadas. Para alcançar as partes superiores da tela enorme, à medida que o trabalho avançava ele afundava um pouco a vala que cavava para acomodá-la.

Terraço em Sainte-Adresse. Claude Monet. 1867 – Óleo sobre tela (98x130cm) Localização: Metropolitan Museum, Nova Iorque. USA

Monet reúne diversos elementos, o sol, o mar, as flores e as personagens numa composição muito ousada para a época. Pelo colorido e ainda mais pela sua representação, a tela está, no entanto, mais próxima do início da obra do pintor do que do impressionismo.

Esse não é um terraço comum, ele pertence a casa de sua tia Marie-Jeanne. Na cena, Monet retrata seu pai sentado à direita de sua tia em primeiro plano. Em último plano encontram-se sua prima Jeanne-Marguerite ao lado de um provável amigo de família.

La Grenouilère - Claude Monet
La Grenouillère – Claude Monet. 1869 – Metropolitan Museum of Art – Nova York

Esta famosa pintura de Monet, está associada à grande amizade que o artista teve com  Auguste Renoir e à criatividade que essa relação inspirava, pintaram observando juntos a mesma paisagem com pinceladas rápidas, captaram um dos temas favoritos dos impressionistas.

Impressão, Nascer do Sol. 1872

Do título desta obra derivou o termo impressionismo, que os próprios artistas do grupo que tinha Monet como líder,  acabaram adotando como denominação para seu movimento que estava surgindo. É uma síntese do estilo impressionista: a realidade assume as infinitas possibilidades que a intuição do pintor dá à imagem.

Regatas em Argenteuil. Claude Monet. 1872 – Óleo sobre tela (48x75cm) – Museu d`Orsay, Paris (França)

Essa é uma das primeiras obras pertencentes ao impressionismo e também uma das mais famosas de Monet. Além das cores contrastantes muito bem empregadas, o que mais chama a atenção nessa pintura, são as pinceladas largas aplicadas no reflexo da água para os barcos à vela, as casas, o céu e a vegetação que se encontram às margens do Sena.

O Almoço - Claude Monet
O Almoço. 1873

Monet representa nessa pintura sua esposa Camille e o pequeno Jean na vegetação luxuriante e estival de um jardim bem cuidado. Sobre uma mesa coberta por uma toalha branca, encontram-se frutas, chá a ser servido em porcelanas finas e uma cafeteira de prata, os vestidos claros das mulheres que passeiam ao redor e o chápeu de palha suspenso num ramo evocam uma ociosidade que, sem um certo desafogo material, seria impensável.

Chegada à Estação de Saint-Lazare. Claude Monet. 1877

Como nas telas que representam as pontes, Monet procura aqui a estrutura linear do local. O fumo, o vapor e a luz incidente enchem a imagem,  animam o espaço. A estação é uma catedral dos tempos modernos.

Vétheuil  é uma cidade localizada do outro lado do Rio de Lavacourt, outra pequena vila nas margens do Sena. Não havia ponte e as duas cidades se comunicavam por meio de um serviço de balsa local. Monet, porém, era dono de um barco que ele utilizava como estúdio flutuante, assim podia percorrer o rio atracando diante dos motivos que desejava pintar.  Ao longo de 1878 a 1882, Monet pintou muitas vistas dentro e ao redor de Vétheuil que provavelmente foram realizadas a partir desse barco.

Braço do Sena - Claude Monet
Braço do Sena Perto de Vetheuil. Claude Monet. 1878
Vétheuil. Claude Monet. 1880
Paisagem em Vétheuil. 1880

Jardim em Vétheuil – As figuras de Michel Monet e Jean-Pierre Hoschedé, animam a composição e enfatizam o sentido da imensidão do jardim em relação à escala humana.

Jardim em Vétheuil - Claude Monet
Jardim em Vétheuil. Claude Monet. 1881

O Barco em Giverny – A água para Monet, ocuparia um papel fundamental, não apenas pelo movimento, mas por refletir paisagens de maneira quase abstrata, diluindo as formas. Não havia a preocupação de mostrar a forma exata de sua ondulação, mas, por meio de pinceladas firmes e fragmentadas, delinear os reflexos em sua superfície. Essa técnica tornou-se forte característica do movimento impressionista. Em Barca em Giverny  o pintor retrata a figura de três moças aparentando pescando no rio Epte, e o conjunto de luz e cor trás  espectador a sensação de paz e relaxamento.

O Barco em Giverny. 1887 . Óleo sobre Tela (69 × 80 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris

A Catedral de Rouen ao Sol – Monet estudou os efeitos da luz sobre os objetos e conduziu a pesquisa ao longo de uma série de telas que retratavam o mesmo tema sob diferentes efeitos luminosos. Esses motivos podiam ser montes de feno, choupos ou estruturas elaboradas, como a da Catedral de Rouen. Dizem que Monet chegou a pintar quatorze telas dessa mesma imagem num único dia, só para capturar o sol.

A Catedral de Rouen ao Sol. 1894. Claude Monet – Museu d’Orsay, Paris
A Ponte Japonesa. Claude Monet. 1900

A Ponte Japonesa existente até hoje em Giverny, foi um dos temas mais explorados por Monet. Em 1900, por exemplo, ele pintou uma série de seis telas, explorou o lago das nenúfares e tudo ao seu redor, onde podemos apreciar a vegetação encantadora desse lugar ímpar.

Jardim em Giverny. Claude Monet. 1902

Jardim em Giverny,  pintura famosa em que Monet retrata a sua casa em última plano com o belo jardim que o artista francês construiu.

Nenúfares. Claude Monet. 1914-17

Mudanças de espírito como reações à paisagem transparecem no tratamento dado aos nenúfares da famosa série de quadros e painéis. A incrível exaltação da imaginação de Monet, persiste apenas o espelho d’água, abrangendo no reflexo da superfície o delicado jogo de luz e sombra projetado pela adjacência campestre.

Saiba mais sobre esse tema, clique:  Nenúfares

A Ponte Japonesa sobre a Lagoa das Ninféias em Giverny. 1920-24

A famosa ponte que Monet tanto pintou, caminhando para a abstração. Nessa época Monet sofria de catarata e perdeu a visão das cores, mesmo assim continuou fazendo o que mais amava, pintando seus jardins de Giverny.

A Ponte Japonesa. !922

Claude Monet não era um ser religioso, era um positivista convicto. Se não tivesse sido um materialista da cor, os seus exegetas teriam,  sem dúvida, visto nos seus últimos quadros o Inferno de Dante e teriam situado a ponte japonesa no purgatório, pois, no fim da vida deste homem, que tanto amou a água e a sua frescura e que desejava que a água fosse a sua última morada, está o incêndio: ele pinta o seu lago em chamas. As últimas obras testemunham uma energia intensa, uma vitalidade que parece nunca mais enfraquecer. É como se o homem que tinha contribuído para libertar a arte do jugo acadêmico e tinha ensinado a ver aos artistas e ao público, como se este Prometeu fazendo jorrar o fogo da modernidade nas brasas da pintura de ar livre quisesse realizar essa modernidade pelas suas próprias mãos nos últimos quadros. A força que sustentou Monet ao longo de toda a sua vida e da sua arte consome-se em altas chamas e, neste breve braseiro, consome-se bruscamente.

“Eu devo ter flores, sempre e sempre.” (Claude Monet)

Monet em Giverny em 1905
“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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