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Édouard Manet: Biografia e obras

Édouard Manet foi um importante pintor francês, um dos primeiros artistas do século XIX a pintar a vida moderna. Ele também foi a figura central pela transição do realismo para o impressionismo.

Édouard Manet: BIOGRAFIA

Édouard Manet nasceu em Paris, no dia 23 de janeiro de 1832, de uma família de classe média alta. Seu pai, August, era um servidor público dedicado e de alto escalão, e sua mãe, Eugenie, era filha de um diplomata. Junto com seus dois irmãos mais novos, Édouard Manet cresceu em um ambiente burguês, porém conservador, tanto socialmente quanto financeiramente.

Manet era apaixonado pela arte desde cedo, já frequentava aos treze anos um curso de desenho na Escola Rollin, para atender os desejos do pai, concordou em ir para a Academia Naval. Ao ser reprovado no vestibular, ingressou na Marinha Mercante para ganhar experiência como aluno-piloto e viajou para o Rio de Janeiro em 1849. Voltou à França no ano seguinte com um portfólio de desenhos e pinturas de sua jornada, e usou para provar seu talento ao pai, que era cético quanto às suas ambições.

Em 1849, Manet teve um caso com a professora de piano de sua família, Suzanne Leenhoff. Esse caso resultou em um menino nascido em 1852, Leon, que foi criado pela família de Suzanne e, para evitar escândalos da família aristocrática de Manet, foi apresentado à sociedade como irmão mais novo de Suzanne e afilhado de Édouard Manet. No ano seguinte, Manet viajou para a Itália, tanto pela arte quanto pela distração social.

Em janeiro de 1850, fiel à sua natureza contrária, em vez de ir à Escola de Belas Artes para aprender o que considerava modos ultrapassados, Manet ingressou no estúdio de Thomas Couture, um pintor acadêmico que encorajava seus alunos a explorar sua própria expressão artística, em vez de aderir diretamente às demandas estéticas da época.

Em 1856 deixou o estúdio de Couture e abriu seu próprio ateliê na rua Lavoisier. A sua capacidade de montar o seu próprio espaço, deveu-se inteiramente à sua segurança financeira, que também lhe permitiu viver a sua vida e criar arte à sua maneira.  Sua segurança financeira também lhe garantiu viajar pela Holanda, Alemanha e Áustria, e visitar a Itália em várias ocasiões. Nesse período, ele conheceu Edgar Degas e Henri Fantin-Latour , ambos se tornariam amizades importantes para toda a vida.

Com a morte e seu pai em 1862, ele e Suzanne se casaram para legitimar o relacionamento, embora seu filho Leon possa nunca ter conhecido sua verdadeira linhagem. A mãe de Édouard Manet provavelmente ajudou os dois a conspirar para manter o segredo do pai, pois ele não teria tolerado a desgraça de um filho ilegítimo na família.

Amigo do poeta Charles Baudelaire e do artista Gustave Coubert, Manet mudou seu estilo entre outros pensadores progressistas que acreditavam que a arte deveria representar a vida moderna, não a história ou a mitologia. Essa foi uma mudança artística tumultuada que opôs o status quo do Salão de Paris, a artistas de vanguarda que sofreram muito nas mãos do público conservador e de críticos cruéis. O Salon, assim conhecido, era uma exposição oficial que acontecia anualmente, organizada pela Academia de Belas Artes de Paris.  Manet foi o foco de várias dessas polêmicas e o Salon de 1863, recusou suas pinturas. Manet e outros artistas protestaram, a crítica cedeu colocando todas as obras rejeitadas no secundário Salão dos Recusados,  para que o público pudesse ver o que havia sido considerado indigno.

A inovadora pintura O Almoço na Relva atraiu mais críticas por uma série de razões. As alusões ao Renascimento não faziam sentido para os espectadores, mas o que eles entendiam era a nudez sem vergonha e realisticamente representada de uma mulher que provavelmente seria para eles, uma prostituta.  As críticas incluíam comentários de que a pintura era vulgar, indecente e não artística. Esses comentários afligiram Manet profundamente e provavelmente lhe causaram um sério surto de depressão.

Ser incluído no Salão dência emos Recusados teria perturbado o ego e a reputação pessoal de Manet. Seus instintos rebeldes o encorajaram a querer mudar o sistema de exclusão sob o qual as instituições operavam, mas ele não queria que fossem eliminadas. Firme em sua formação de classe média alta, Édouard Manet estava imbuído de certos ideais de realização e desejava ter sucesso no Salão – apenas em seus termos, não nos deles. O resultado foi a criação de um revolucionário involuntário e, sem dúvida, o primeiro artista moderno.

Em 1864 ele produziu Olympia que apresentava outro nu de sua modelo favorita, Victorine Meurent. Manet afirmou ver a verdade em seu rosto, enquanto pintava seu corpo inteiro para o mundo ver. Isso provou ser muito conflituoso e inaceitável para o público parisiense, quando visto no Salão de 1865. Ele escreveu a seu amigo íntimo Baudelaire: “Eles estão lançando insultos sobre mim, nunca fui levado a tal dança.”

A partir de 1866 ele e um grupo de artistas passaram a se reunir todas as quintas-feiras no Café Guerbois,  nomes como Edgar Degas, Émile Zola, Félix Nadar, Camille Pissarro e Paul Cézanne. Em 1868, juntaram a esse grupo, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir e Alfred Sisley.  Essas reuniões eram uma mistura de personalidades, atitudes e classes; todos juntos como artistas de vanguarda com mentalidade independente para forjar os princípios de seus novos estilos artísticos. Com a reunião de tais mentes e talentos, havia um grande grau de influência mútua e uma mistura de ideias que se poderia dizer que todos influenciaram uns aos outros. No entanto, Manet foi um dos primeiros líderes com seu realismo de vanguarda e junto com Monet e Renoir, que eventualmente emergiram como líderes do que seria chamado de impressionismo.

Em 1866 mais uma vez, o Salão recusou suas pinturas  O Tocador de Pífaro e O Ator Trágico. Em resposta, Manet fez uma exposição pública em seu próprio estúdio. Em apoio a esse movimento de vanguarda, Émile Zola escreveu um ensaio sobre Manet em “O Evento” , pelo qual foi demitido do jornal em que trabalhava. No ano seguinte, Manet foi excluído da Exposição Universal de Paris e decidiu não submeter mais nada ao Salão e, em vez disso, montou sua própria exposição com o apoio de Gustav Courbet,  onde novamente foi fortemente criticado.

Em 1865, ao visitar a Espanha, Manet ficou impressionado pelas obras de Diego Velázques e Francisco de  Goya. Isso ficou evidente tanto em seu estilo quanto ao temas de suas pinturas.  Como um republicano convicto, Manet estava infeliz com o governo de Napoleão III. Na pintura A Execução de Maximiliano, de 1868, que em termos de composição, faz referência ao Fuzilamento,  de Goya, ele faz uma denúncia ao governo francês pela trágica morte do Imperador Maximiliano do México. Esta obra foi considerada politicamente polêmica e sua exibição foi proibida.

Outro encontro importante foi em 1868, quando Henri Fantin-Latour apresentou Manet às irmãs Morisot. O relacionamento de Manet com a pintora Berthe Morisot foi, no mínimo, tenso. Ela se tornou sua aluna, ele a respeitava como pintora e até teve como modelo em algumas de suas telas. Embora houvesse uma paixão mútua,  ambos sabiam que um relacionamento seria impossível. Manet era casado e Berthe acreditava que ele só a via como uma possível amante. Em uma ocasião, Manet retratou e também ensinou a jovem pintora Eva Gonzales. Quando soube o ocorrido,  Morisot ficou profundamente magoada. Para evitar maiores problemas, Morisot casou-se com o irmão mais novo de Manet, Eugène, o que encerrou efetivamente seu relacionamento pessoal com o famoso pintor, já que Morisot não se aproximou mais dele, mas nunca deixou de ser sua maior defensora.

Em 1870, enquanto alguns de seus amigos, como Monet por exemplo, foram a Londres para escapar da Guerra Franco-Prussiana, Manet ingressou na Guarda Nacional. Os acontecimentos políticos dos anos seguintes o forçaram a ficar fora de Paris.

Em 1875, Manet apresentou sua obra Argenteuil  que havia pintado no ano anterior,  porém a pintura também foi recusada pelo Salão e no ano seguinte, novamente. Diante de tantas rejeições, o artista se negou a se submeter novamente ao Salão de 1878 ou a realizar sua própria exposição, ele não expos mais nada naquele ano e, em vez disso, mudou de estúdio, mesmo tendo muitos na imprensa afirmando que as rejeições do Salão haviam sido injustas. Por consequência, no mesmo ano, Manet apresentou problemas de saúde.

Em 1879, o artista encontrava-se debilitado e resolveu deixar Paris para tratar de sua saúde. Quando retornou, participou do Salão de 1880, onde foi premiado com uma medalha em segundo lugar, garantindo-lhe um passe na futura competição e a oportunidade de se tornar expositor permanente em todos os futuros Salões. Entre outros elogios, Manet, foi premiado com a Legião de Honra em 1881.

Continuando sua vida em Paris, Manet registrou as mudanças modernas dessa cidade e na vida de seus habitantes. Os cafés-concertos foram um grande símbolo dessas mudanças, pois era um lugar onde homens e mulheres de vários níveis da sociedade frequentavam e Manet, aproveitava a companhia de amigos com bebidas e outros atrativos que a vida noturna proporcionava. Ambientado em seu café-concerto favorito, ele criou uma de suas obras mais elogiadas, Um bar no Folies-Bergere

Mesmo estando muito doente, Manet continuou a pintar retratos de mulheres, naturezas mortas, paisagens e flores. Depressivo, teve uma morte horrível depois de perder uma perna com gangrena, provavelmente a causa foi por sífilis terciária. Ele tinha apenas 51 anos quando faleceu no dia 30 de abril de 1883.

Em seu testamento, ele deixou sua propriedade para Suzanne e o filho Leon como seu único herdeiro.

LEGADO

Após sua morte, a esposa e amigos de Manet trabalharam para garantir sua memória e legado, por meio de vendas extraordinárias de suas pinturas e aquisições pelo governo francês.

Considerado por muitos historiadores o pai da arte moderna, sua influência no modernismo é incomensurável. Enquanto grandeza e escândalo caracterizaram sua vida profissional, seu desejo de respeitabilidade acabou ditando sua vida privada. Apesar de sua carreira relativamente curta, de pouco mais de duas décadas, suas obras estão expostas nos principais museus espalhados pelo mundo.

Édouard Manet: GALERIA

 AUTORRETRATO (1879) – Embora Manet muitas vezes se retrate em algumas cenas de suas pinturas, este autorretrato é um dos únicos do próprio artista. Nessa pintura, ele está vestindo um casaco e boné marrons, com pincel e paleta nas mãos. Embora a pintura mostre o pincel na mão esquerda, podemos supor que era uma imagem espelhada, pois Manet era destro. A análise de raios-X deste trabalho mostrou que o artista pintou sobre um retrato de sua esposa, Suzanne Leenhoff Manet, de perfil.

EDOUARD MANET. AUTORRETRATO (1879)
EDOUARD MANET. AUTORRETRATO (1879)

O Bebedor de Absinto – Essa é a primeira pintura que ele submeteu ao Salão de Paris. Nela Manet representa um alcoólatra que quase sempre foi descrito literalmente como uma cena da Paris moderna. A classe baixa nunca havia sido retratada em tão grande escala antes, então o júri do Salão de Paris a rejeitou prontamente. Houve, no entanto, um voto importante a seu favor, raramente mencionado, do idoso Eugène Delacroix. Foi o  único  voto a seu favor. O grande mestre, sabia que o bebedor de absinto à sua frente, elegante demais para um verdadeiro vilão, não era o que parecia. O vagabundo de rua de Manet estava vestido de Rafael

O Bebedor de Absinto. Édouard Manet. 1858-59 – Óleo sobre Tela (180, 5 x 105,6 cm)

Retrato de Monsieur e Madame Auguste Manet – Nesse duplo retrato, Manet representa seus pais como um monumento ao conservadorismo burguês de uma família tradicional parisiense.

Retrato de Monsieur e Madame Auguste Manet. Édouard Manet. 1860
Retrato de Monsieur e Madame Auguste Manet. Édouard Manet. 1860

Menino com uma Espada – Este é um retrato de Leon, em que Manet retratou o filho carregando uma espada como um adereço trajando uma roupa do Século XVII. É uma homenagem aos grandes pintores espanhóis daquele século e, em especial a Velázquez, que ele tanto admirava.

Menino com uma Espada. Édouard Manet.  1861 – Óleo sobre tela (131,1 x 93,4 cm) – Localização: Metropolitan Museum of Art, Nova York

O Leitor – Esse é um retrato que Manet realizou  de seu amigo Joseph Gall, outro pintor parisiense. O grande tamanho do livro, sugere que se trata de um livro muito antigo.  A paleta do artista é silenciada e contida. A ausência de detalhes nas roupas confere uma qualidade atemporal ao retrato. Sua pincelada animada e criativa é evidente na mão esquerda do modelo, retratada com algumas marcas de pincel rápidas e abstratas.

O Leitor. Édouard Manet. 1861 - Óleo sobre tela (99,7 x 81,3) - Localização: Museu de Arte de Saint Louis, Missouri, Estados Unidos.
O Leitor. Édouard Manet. 1861 – Óleo sobre tela (99,7 x 81,3) – Localização: Museu de Arte de Saint Louis, Missouri, Estados Unidos.

O Leitor, a mesma obra realizada em gravura…

O Leitor. Édouard Manet. 1861 – Gravura a água forte – Localização: Galeria Nacional de Arte de Washington, Estados Unidos

Música no Jardim das Tulherias – Essa é uma das primeiras pinturas de Manet. Nela encontramos a influência de Frans Hals e Diego Velázquez . As rápidas pinceladas visíveis pareciam, para alguns, indicar que a pintura não estava concluída, mas é uma verdadeira representação de como era bem frequentado esse jardim. Manet, cujas pinturas frequentemente retratam cenas de atividades de lazer, incluiu muitos de seus amigos, bem como se autorretratou na tumultuada cena. Entre as figuras estão Charles Baudelaire, Theophile Gautier, Henri Fantin-Latour, Jacques Offenbach e seu irmão Eugène.

Música no Jardim das Tulherias. Édouard Manet.  1862
Música no Jardim das Tulherias. Édouard Manet.  1862

O Almoço na Relva –  essa foi uma pintura polêmica quando foi exibida em 1863,  quando Manet colocou na cena, uma mulher nua com homens totalmente vestidos. Foi considerada uma afronta à época, não apenas por causa da nudez gritante da mulher em contraste com os homens, mas também porque o pintor usou modelos familiares para as figuras na composição…

Para saber mais sobre essa importante pintura que é a obra prima de Manet,  clique aqui

O Almoço na Relva. Édouard Manet. 1863 – Óleo sobre tela (208 x 265,5 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris (França)

Olympia – Quando Manet expôs essa pintura no Salão de Paris em 1865, isso causou sensação imediata. Embora tenha sido imediatamente censura e julgada como “imoral” e “vulgar” pelos críticos conservadores, mas foi também elogiada por críticos como  o escritor francês Émile Zola, que considerou o quadro a obra-prima de Manet. Ao contrário da Vênus de Urbino de Ticiano ou Vênus adormecida de Giorgione, ambas fontes de inspiração para a criação de Olympia. Ao representar a mulher nua, com uma flor no cabelo, usando joias e com sandálias de mula, além da criada toda vestida, Manet deixou com isso,  a figura ainda mais nua. Seu olhar de confronto era uma afronta à modéstia superficial com que as mulheres deveriam se comportar.

Olympia. Édouard Manet.  1863 - Óleo sobre tela (130,5 x 190 cm) - Localização: Museu d'Orsay, Paris (França)
Olympia. Édouard Manet.  1863 – Óleo sobre tela (130,5 x 190 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris (França)
O Ator Trágico. Édouard Manet. 1865

A Leitura – Essa pintura retrata a esposa do artista, Suzanne Manet. Ela está sentada e seu filho, Leon encontra-se em pé  lendo um livro. Leon foi um modelo recorrente de Manet, que o retratou em várias de suas pinturas. Manet exagerou no uso do branco como podemos perceber no vestido da mulher que domina a cena, bem como o  sofá e as cortinas são tratados com traços largos de alto brilho. Nessa pintura, o artista reage com mais sensibilidade do que o normal, e olha especialmente para os tons de branco que se oferecem aos seus olhos.

A pintura tão amada por Manet, foi exibida pela primeira vez em 1880 em uma das exposições individuais regulares montadas por ele em seu ateliê. O quadro também fez parte da grande exposição póstuma da obra de Manet em 1884, um ano após sua morte.

A Leitura. Édouard Manet. 1865-1873 - óleo sobre tela (74 x 61 cm) - Localização: Museu d'Orsay, Paris (França)
A Leitura. Édouard Manet. 1865-1873 – óleo sobre tela (74 x 61 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris (França)

O Tocador de Pífaro – Em viagem à Espanha em 1865, Édouard Manet visitou o Museu do Prado, onde a arte de Diego Velázquez foi uma revelação.  Nessa pintura, Manet apresenta um menino uniformizado, de maneira que imita e inverte a fórmula dos retratos da corte que Vélazquez tanto pintou. O poder da síntese representada nessa composição, sua simplificação de desenho e as contrações de espaço atingem o grau mais alto nesse quadro, onde não há fundo nem planos; a figura viva e sólida do jovem músico sobressai pelo uso das cores contrastantes.

O Tocador de Pífaro. Édouard Manet. 1866 – Óleo sobre tela (161 x 97 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris, França

Retrato de Berthe MorisotEsse é um dos retratos da artista entre muitas outros que ele carinhosamente pintou da jovem e bela Berthe Morisot. Depois de pronto, o artista preferiu eliminar a parte inferior, por julgá-lo que estava incorreto em relação à perspectiva.

Retrato de Berthe Morisot. Édouard Manet.  1867
Retrato de Berthe Morisot. Édouard Manet.  1867

A Execução de Maximiliano – Inspirado na pintura de Goya,  O Três de Maio, de 1808,  a pintura de Manet representa a execução do Imperador Maximiliano I do México por um pelotão de fuzilamento republicano.  Manet realizou várias versões deste tema. A primeira está no Museu de Belas Artes de Boston, já a segunda versão de alguns fragmentos, estão reunidos na National Gallery de Londres, e a composição final está no Museu de Mannheim. A versão de Boston é a mais próxima da obra de Goya, pelo espírito romântico que o anima e pelos tons quentes, que serão substituídos por uma harmonia e semelhança das cores. Já a composição, enquanto Goya fixa o momento em que os soldados se alinham, Manet fixou o tiro.

A Execução de Maximiliano. Édouard Manet. 1868 – Litografia ( 33,5 x 43,5 cm)

A Varanda – Esse é um retrato coletivo em que Manet coloca quatro figuras em uma varanda. Sentada à esquerda está  Berthe Morisot.  No centro temos o pintor e amigo  Jean Baptiste Antoine Guillemet. À direita a violinista, Fanny Claus.  A quarta e última figura, parcialmente obscurecida no fundo, é provavelmente  Léon Leenhoff, seu único filho. A pintura foi exibida no Salão de Paris em 1869 e é uma das que contribuíram para formar esta fama de excentricidade do artista. O contraste de cores que apresenta o fundo totalmente preto, os rostos e roupas brancas, a gravata azul do homem, e as grades verdes, contribuem para criar uma atmosfera de “mistério”.

A Varanda. (The Balcony). Édouard Manet. 1869- Óleo sobre tela (170 x 124.5 cm) - Localização: Museu d'Orsay, Paris
A Varanda. (The Balcony). Édouard Manet. 1869- Óleo sobre tela (170 x 124.5 cm) – Localização: Museu d’Orsay, Paris

Eva Gonzales, uma artista que também foi uma das modelos de muitas pinturas de Édouard Manet.

Retrato de Eva Gonzales. Édouard Manet. 1870 – Óleo sobre Tela (191 x 133,4 cm) – Localização: National Gallery, Londres

Foi em uma estadia em Argenteuil,  que Manet mostrou uma paleta mais leve e a influência do impressionismo de Monet. Essa pintura foi enviada ao Salão de Paris, o que era essencialmente um manifesto do estilo emergente, dirigido a quem não tinha assistido à seminal exposição do grupo em 1874.

Argenteuil. Édouard Manet.  1874
Argenteuil. Édouard Manet.  1874

A Família Monet em seu Jardim em Argenteuil – Em 1874, Manet caiu sob o domínio da abordagem de Monet para pintar rapidamente, ao ar livre. No verão daquele ano, ele se hospedou na casa de sua família em Gennevilliers, do outro lado do Sena. A família Monet morava em uma casa que Manet os ajudara a encontrar no ano anterior. Nesse retrato em grupo, encontramos Camille Monet e Jean, com Claude Monet jardinando à esquerda. Esse é um dos ensaios mais significativos de Manet neste novo estilo em que os impressionistas pintavam ao ar livre.

A Família Monet em seu Jardim em Argenteuil. Édouard Manet. 1874

Monet em seu Barco Estúdio – Nesse período, Manet já não liderava, sua pintura era influenciada pela de Monet e Renoir. Em sua residência em Argenteuil, Claude Monet pintava e recebia amigos, entre eles Édouard Manet. Não demorou muito, para Manet registrar o amigo Monet pintando em seu barco que ele transformou em estúdio.  A bordo dele, Monet às vezes percorria trechos do Sena em busca de motivos e de efeitos de luz.

Esta pintura retrata o barco construído propositadamente que Monet usou para pintar muitas de suas cenas vista do Rio Sena. No barco está Monet e sua esposa Camille, que observa o trabalho do marido. O estilo da pintura mostra a influência dos colegas impressionistas mais jovens de Manet, a água à esquerda é pintada em pinceladas amplas e distintas de cores diferentes.

Monet pintando em seu Barco Estúdio - Édouard Manet. 1874 - Óleo sobre tela (80 x 98cm) - Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha
Monet pintando em seu Barco Estúdio – Édouard Manet. 1874 – Óleo sobre tela (80 x 98cm) – Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Um bar no Folies-Bergere – Esta pintura, que descreve uma cena na Boate Folies-Bergere em Paris, é considerada a última grande obra de Manet. O artista acamado, conseguiu pintar este quadro num breve período de remissão de sua moléstia. Houve muitos comentários sobre a composição da pintura, que a princípio parece ser uma imagem espelhada da garota ao fundo. Após uma inspeção mais próxima, no entanto, é óbvio que o posicionamento está incorreto, que não pode ser uma imagem espelhada. Outra  suposição que podemos considerar,  indica que a mulher em primeiro plano é a ilustração do que o homem ao fundo está vendo ao se aproximar do bar.

Um bar no Folies-Bergere. Édouard Manet.  1882 – Óleo sobre tela 96 x 130 cm – Localização: Courtauld Institute of Art, London, UK, Courtauld Gallery, London, UK
“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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