Olympia, de Édouard Manet
No final do século XIX, vários movimentos artísticos importantes surgiram na Europa, incluindo o Realismo e o Impressionismo. Embora drasticamente diferentes em estilo, esse par de gêneros tinha um importante artista em comum: Édouard Manet. Olympia é considerada uma importante precursora da arte moderna.
Quando Manet revelou a pintura no prestigioso Salão de Paris, tanto o tema quanto o estilo causaram um rebuliço sem precedentes. Ironicamente, é esse escândalo que desempenharia um papel fundamental na fama final da pintura e que ajudaria a colocar o nome de Manet no mapa.
Em 1863, Manet completou duas obras significativas: O Almoço na Relva e Olympia. Apresentando figuras femininas nuas da vida cotidiana reproduzidas de forma realista e em grande escala, essas obras eram inéditas. Embora sua exibição tenha gerado polêmica, apenas Olympia foi aceita.
A pintura apresenta duas figuras: um nu feminino descansando deitada em uma cama, acompanhada de uma criada que está em pé ao seu lado. Tanto a nudez quanto a posição da figura reclinada nos remetem a obras anteriores, incluindo Vênus de Urbino, uma pintura renascentista de Ticiano e A Maja Desnuda uma das pinturas mais famosas de Francisco de Goya, ambas fontes de inspiração para a criação de Olympia. Ao representar a mulher nua, com uma flor no cabelo, portanto apenas joias e com sandálias, o artista deixou com isso, a figura ainda mais nua. Seu olhar de confronto era uma afronta à modéstia superficial com que as mulheres deveriam se comportar.
Para compreender melhor a pintura, devemos considerar:
- A primeira é que Olympia, a figura nua, pretendia ser uma prostituta – elemento enfatizado pela presença simbólica de um gato preto e um buquê de flores.
- A segunda, surpreendentemente, são seus acessórios; a fita preta que ela usa no pescoço, a orquídea no cabelo e o sapato sem salto acentuam sua nudez e, ao mesmo tempo, ilustram o conforto de Olympia com seu estilo de vida.
- Em terceiro, o olhar seguro e direto da figura foi visto como controverso. A inclusão de Manet de um nu feminino com um olhar calculista foi estratégico, pois conecta o espectador à tela e permite que ele se envolva com Olympia.
Acredita-se popularmente que Olympia é uma representação pictórica de passagens da famosa coleção de poemas de Charles Baudelaire chamada As Flores do Mal, de 1857. Por exemplo, Manet inclui abertamente um gato preto, simbolizando sexualidade intensificada e prostituição – um símbolo característico de Baudelaire.
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