Convido você a mergulhar na vida fascinante de Vik Muniz, um dos artistas contemporâneos mais renomados e inovadores. A biografia de Vik Muniz é um testemunho inspirador de criatividade e resiliência, mostrando como ele transformou materiais incomuns, como chocolate, lixo e até mesmo diamantes, em obras de arte que desafiam a percepção e provocam reflexão. Ao conhecer mais sobre a vida e obra de Vik Muniz, você descobrirá um universo de imaginação e expressão artística que transcende fronteiras e emociona pessoas em todo o mundo.

Vik Muniz (Vicente José de Oliveira Muniz),  nasceu em São Paulo no dia 20 de dezembro de 1961. Artista multifacetado, Vik Muniz é fotógrafo, desenhista, pintor e gravador. Uso diferentes técnicas para a realização de suas obras e realiza suas composições utilizando materiais inusitados como: açúcar, chocolate, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo, tendo como base o uso da fotografia como recurso principal.

Iniciou seus estudos na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, cursando publicidade.

Deixa o Brasil em 1983 e passa a viver e trabalhar em Nova York.

A partir de 1988, realiza uma série de trabalhos onde investiga, principalmente, temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação. Declara o artista:

“Faço séries, não trabalho para fazer uma obra prima” (Vik Muniz)

A partir desse conceito, sua obra passa a ser intitulada com o nome do material a ser utilizado, como:  Imagens de Arame, Imagens de Terra, Imagens de Chocolate, Crianças de Açúcar ,enfim, sempre em Séries. Vik passa a empregar esses elementos para recriar figuras referentes tanto ao universo da história da arte como do cotidiano.

Seu trabalho com catadores de materiais recicláveis no aterro de Jardim Gramacho, no Rio, foi registrado no Documentário Lixo Extraordinário (2010) , premiado nos festivais de Sundance e de Berlim e indicado ao Oscar da categoria.

Em 2014, o Santander Cultural exibiu em Porto Alegre a exposição O Tamanho do Mundo, com cerca de 70 obras suas. Em 2015, participou da 56ª Bienal de Veneza com uma réplica de 14 metros de comprimento de um barquinho de papel, batizado de Lampedusa, que navegou pelos canais da cidade italiana lembrando as tragédias dos imigrantes ilegais que naufragam nas costas da Europa.

Com muita energia e criatividade, Vik Muniz foi um dos diretores da abertura dos jogos Paralímpicos “Rio 2016″. Além de diretor artístico, ele realiza uma obra para esse importante evento, baseando-se no tema escolhido para a cerimônia em questão “O coração não conhece limites”. Com peças de um quebra-cabeça que foram entregues para cada delegação, a idéia foi colocar de uma lado de cada peça as fotos dos atletas e do outro o nome do país. As peças foram colocadas no centro do Maracanã, e quando a última peça foi colocada merecidamente pelo próprio artista, um enorme coração pulsante foi formado ligando o conceito escolhido para essa cerimônia. Emocionante!

Vik Muniz tem muito a mostrar. É considerado um dos artistas brasileiros de maior visibilidade internacional. Em 2.016, o artista lançou um livro que registra seus quase 30 anos de carreira: Tudo Até Agora | Catalogue Raisonné | 1987 – 2015, caixa com dois volumes que somam 900 páginas e documentam 29 anos de produção em cerca de 1,4 mil obras, entre desenhos, esculturas e fotografias.

Para Vik Muniz, a FOTOGRAFIA acabou sendo o suporte ideal para as experiências em que combina escultura, pintura e desenho.

A fotografia simboliza objetos reais, restaurados na memória. Ela não apresenta o desgaste do tempo como esculturas ou templos gregos que Vik visitou. Para ele, a foto não inclui sentimentos ou história – são apenas formas e texturas, perfeitas nos seus detalhes.

Confira algumas de suas séries (obras) :

Divas e Monstros – 2005 – faz parte das séries Imagens de Diamantes e Imagens de Caviar e consiste em 12 fotografias coloridas compostas de diamantes (divas) e caviar (monstros)

Nessa série, Cartões-Postais, de 2014, o artista fez colagens com centenas de recortes de cartões-postais de diferentes lugares do mundo, onde escolheu as mais belas paisagens de fotografias que provavelmente foram clicadas por ele, sendo essa sua principal modalidade artística; a fotografia é o mecanismo que ele se utilizada até chegar na arte final.

Visto à distância, o observador reconhece as paisagens aéreas de Rio de Janeiro, Paris, Roma e outros lugares selecionados por Vik.  Ao se aproximar delas, a sensação é de surpresa: percebe-se que, na verdade, são colagens enormes, feitas com incontáveis pedaços de cartões-postais de épocas desses lugares.

Nesta última imagem exemplificada da série “Castelos de Areia”, uma nova colaboração com o artista e pesquisador Marcelo Coelho, do MIT,  Vik Muniz explora o mundo microscópico com uma nova série de castelos gravados em grãos individuais de areia.

O processo de obtenção de um castelo de areia sobre uma partícula de pedra foi tudo – menos simples – e envolveu mais de quatro anos de tentativas, utilizando tanto técnicas avançadíssimas. Primeiro desenhou cada castelo usando uma câmera lúcida. Os desenhos foram então, enviados para Coelho , que trabalhou com uma série de processos de desenho microscópicos por vários anos, até decidir usar um Focused Ion Beam, que tem a capacidade de criar uma linha de apenas 50 nanômetros de largura (um cabelo humano tem cerca de 50.000 nanômetros de largura).

Incrível!!!!