Iberê Camargo

Iberê Camargo foi um renomado pintor e gravador brasileiro, considerado um dos artistas mais importantes do Brasil no século XX.

Iberê Camargo. Autorretrato. 1943

Iberê Bassani de Camargo nasceu em Restinga Seca, no Rio Grande do Sul, em 18 de novembro de 1914.  Começou sua carreira artística como autodidata, mas logo buscou formação acadêmica.

Em 1928, ingressou na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, Rio Grande do Sul, onde teve aulas de pintura com Frederico Lobe e Salvador Parlagreco.

Em 1932, passou a trabalhar como desenhista e aprendiz no Batalhão Ferroviário, onde teve noções de geometria e perspectiva.

Em 1936, retoma seus estudos em Porto Alegre, ingressando no Instituto de Belas Artes, em um curso técnico de arquitetura.

Em 1939, conhece Maria Cruz Coussirat  em uma aula de História da Arte, logo passaria a ser sua esposa por toda a vida. Maria passa a ser a grande protagonista e guardiã de sua obra.

Durante a década de 1940, sua carreira ganha um grande impulso quando conhece no Rio de Janeiro, os artistas Candido Portinari, Djanira, Milton DaCosta e Maria Leontina. Foi neste período que Iberê conheceu também Alberto da Veiga Guignard, com ele teve aulas de desenho e junto com outros artistas funda, o Grupo Guignard. Percebemos a influência de Guignard em sua obra desse período, no autorretrato realizado em 1943.

Em 1947, recebeu um prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes com sua pintura intitulada Lapa. No ano seguinte, chega na Europa e tem aulas de pintura em Roma com  Giorgio de Chirico  e em Paris com André Lhote.

Em 1950, retorna ao Brasil e logo passa a lecionar no Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde atualmente funciona como a famosa Escola de Artes Visuais do Parque Lage,  onde inicia e inaugura a cadeira de gravurista. Artistas como Regina Silveira, Carlos Vergara entre outros, foram seus alunos.

A obra de Iberê Camargo passou por diversas fases, refletindo sua evolução artística ao longo do tempo. Ele foi influenciado por movimentos como o expressionismo e o surrealismo, mas desenvolveu um estilo único que combinava elementos figurativos e abstratos. Suas pinturas muitas vezes apresentam temas como a natureza, figuras humanas e questões sociais, expressando uma intensidade emocional marcante.

O artista também teve uma participação ativa na vida cultural e educacional do Brasil. Sua contribuição para as artes visuais brasileiras foi reconhecida com diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira.

Iberê Camargo foi casado por 54 anos com Maria Coussirat, e durante todos esse tempo ela registrou em cadernos de notas as obras e vendas realizadas do marido. Maria teve papel fundamental na criação da Fundação Iberê Camargo, instituição dedicada à promoção e preservação de sua obra, fundada após um ano da morte do artista.

Iberê Camargo  faleceu em Porto Alegre, em 9 de agosto de 1994.

Sobre sua amada Porto Alegre, escreveu em uma carta:

“Foi nesta cidade, na igreja do Menino Deus, que recebi o batismo e o nome. Meu pai, então agente da estação de Restinga Seca, minha terra natal, escolheu a Capital do nosso querido Rio Grande como primeiro marco da minha humanização (…) Gosto de perambular, sonhando, pelas tuas mais antigas ruas cheias de sol e poesia. Olaria, Varzinha, Arvoredo – Oh! a rua da Praia dos encontros e dos namoros! Praça da Alfândega, do Portão, da Matriz… são ilhas cheias de verde e de luz. Nomes que nasceram da poesia popular e foram guardados na boca do homem, no tempo que torna as coisas sagradas. Lugares cheios de histórias… História do povo… história de gente… História simples da vida, do dia a dia em que cada um é herói, sem o saber. O caminho, amigos, é o rasto do homem. E o rasto é a sua história. Na trilha das gerações plasmam-se o ontem e o hoje. Cidade de Porto Alegre, perto ou distante, vejo-te refletida no Guaíba que tem feição de mar, onde todas as tardes o sol se esvai num lençol de sangue…”. 

Após sua morte, a Fundação Iberê Camargo continuou seu legado, mantendo um espaço cultural em Porto Alegre, projetado pelo renomado arquiteto português Álvaro Siza. Este espaço abriga uma parte significativa da obra do artista, permitindo que o público continue a apreciar e estudar a contribuição única de Iberê Camargo para a arte brasileira.

GALERIA 

Paisagem. Iberê Camargo. 1941
Retrato de Maria Coussirat Camargo. Iberê Camargo. 1943
Paisagem. Iberê Camargo. 1953
Carretéis. Iberê Camargo. 1958
Vermelho. Iberê Camargo. 1964
Mulher de Chapéu Preto. Iberê Camargo. 1984
No vento e na terra. Iberê Camargo. 1991
“Acredito que a Arte está em tudo no que nos rodeia, basta um olhar sensível para apreciar e usufruir das diferentes manifestações artísticas. A Arte é a grande e bela ilustração da vida.”

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